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segunda-feira, 12 de dezembro de 2011
Artigo: Leptospirose
A leptospirose é uma doença contagiosa causada pela infecção por qualquer espécie de bactéria patogênica do gênero leptospira.
Foi, primeiramente, identificada por Weil, no homem, no ano de 1886. Entretanto, sua etiologia só foi estabelecida no ano de 1915, quase que simultaneamente na Alemanha, por Uhlenhuth e Fromme, e no Japão por Inada e Ido.
Esta é uma zoonose onde os animais são hospedeiros primários, sendo essenciais para a persistência dos focos de infecção, e os humanos são os hospedeiros acidentais, pouco eficientes na perpetuação desta doença. Os impactos da leptospirose em relação à saúde animal são, particularmente, da esfera econômica. Nos bovinos, as perdas econômicas causadas pela leptospirose bovina estão relacionadas, tanto de forma direta como indireta, às falhas reprodutivas (infertilidade, abortamento, queda na produção de carne e leite), além das despesas com médicos veterinários, vacinas e medicamentos.
Leptospirose por ser uma doença endêmica no país e estar difundida por todo território nacional, é uma das grandes causadoras de abortos, falhas reprodutivas e perda da eficiência reprodutiva do rebanho nacional, esta relacionada com a presença de roedores nos pastos, já que estes animais são reservatórios da bactéria.
Pode ocorrer a contaminação quando a bactéria, que está presente nas águas, penetra no organismo através da pele lesada e até mesmo integra, ou quando a água ou alimentos contaminados por urina são ingeridos. Neste último caso, as bactérias podem penetrar pela mucosa digestiva ou nasal. Outra forma de contaminação é através do contato direto com a urina dos doentes ou portadores, sendo a mucosa conjuntival também considerada uma possível via de infecção. No caso de ruminantes, devido à barreira químico-mecânica representada pelo rúmen, à via digestiva só seria receptível em sua parte anterior representada pela boca e faringe.
Após a penetração, as leptospiras permanecem incubadas por um período que varia de três a quatorze dias, dependendo da quantidade de microrganismo ingerida e da virulência do tipo. Em seguida alcançam a corrente sangüínea. Dependendo do estado imunitário do animal, e devido à produção de anticorpos circulantes, as leptospiras deixam a corrente circulatória em direção ao fígado, baço, rins, trato reprodutivo, olhos e SNC. Estas bactérias podem permanecer nos rins e trato urinário, podendo ser eliminadas por semanas a meses, após a infecção (leptospirúria). Em bovinos, a leptospirúria pode persistir durante um período de 36 dias (10 a 118 dias), e o índice mais alto da excreção ocorre na primeira metade desse período. Enquanto a taxa de infecção total de um rebanho mais velho pode ser alta, a leptospirose atinge preferencialmente bezerros de 1 ano de idade ou menos. Em alguns rebanhos é comum todos os bezerros se tornarem infectados, com uma perda por morte de 15 %, os bezerros ficam fracos, perdem apetite, peso, alguns casos chegam a urinar sangue e muitos chegam a óbito.
A doença pode ocorrer tanto na forma aguda, como subaguda e crônica. Na forma aguda, o animal apresenta febre, hemoglobinúria, icterícia, anorexia, aborto e queda na produção do leite causada por uma mastite atípica, com o úbere podendo apresentar-se edematoso e flácido à palpação, e o leite torna-se amarelado ou sanguinolento, sinais clássicos da infecção pela sorovar hardjo. A forma subaguda difere da aguda só em grau, são também descritas diminuição na produção do leite, febre, leve icterícia e diminuição da ruminação. Na forma crônica, as alterações estão restritas à esfera reprodutiva, mais associada aos sorovares hardjo e pomona, culminando em abortos, geralmente no terço final da gestação, retenção de placenta, infertilidade, natimortos e morte fetal.
O tratamento com estreptomicina, 12 mg/kg, durante três dias, por via intra muscular é eficaz no tratamento da forma aguda da doença. Para eliminar a infecção nos bovinos, recomenda-se a administração de uma única dose de 25 mg/kg de estreptomicina.Se faz necessário o controle da leptospirose para prevenir a doença clínica, as perdas econômicas e minimizar o risco de infecção humana.
A aplicação de 25 mg/kg de estreptomicina em fêmeas que irão entrar em estação de monta, IATF ou serão usadas como receptoras tem dado bons resultados e aumentado o número de prenhezes.
A eliminação da doença do rebanho é muito difícil, portanto é preciso evitar que a mesma entre na fazenda para tal o controle depende da eliminação dos animais portadores da doença, de medidas higiênicas adequadas para evitar a propagação do processo infeccioso e da vacinação dos animais susceptíveis. A maioria das vacinas contém bacterinas inativadas por formalina com um ou mais sorotipos. A vacinação deve começar com bezerros de quatro a seis meses de idade. As revacinações devem ser anuais, portanto a vacinação é indispensável e trás retornos imediatos com o aumento da taxa de prenhez do rebanho.
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