A inseminação artificial é uma das tecnologias da reprodução mais simples de ser implantada em uma propriedade, teve seu início na década de 50 nos Estados Unidos e chegou ao Brasil por volta dos anos 60 com controle do Ministério da Agricultura, e em 1970 esta tecnologia foi passada à iniciativa privada, surgindo assim as centrais de venda de sêmen. Neste cenário, a inseminação esbarrou na falta de informação dos criadores e da má formação da mão-de-obra o que limitou o seu crescimento, hoje no Brasil estimasse que não são inseminadas nem 5% das fêmeas aptas à reprodução, se compararmos a países europeus e aos EUA e Canadá que inseminam mais de 75% de suas fêmeas podemos ver que temos um longo caminho a ser percorrido.
Um dos gargalos que atrapalham o emprego da inseminação artificial é a observação de cio, esta seguramente é uma das causas pelo seu baixo uso na pecuária nacional, quem já observou cio de um rebanho grande sabe das dificuldades deste manejo, preconiza-se observar cio durante uma hora na parte da manhã e mais uma ao final do dia, porém se estiver frio, chovendo ou em terreno acidentado a res pode não demonstrar cio, o zebú tem um cio mais curto (cerca de 12 hrs) que as raças européias podendo muitas vezes iniciar e terminar o cio durante o período em que não há ninguém próximo, sendo assim passa ao menos mais 20 dias sem produzir, erros na observação de cio também são freqüentes, enfim a inseminação artificial convencional esbarra em alguns problemas para sua maior difusão.
A Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF) elimina alguns dos gargalos a IA comum, pois elimina a observação de cio já que através do uso de hormônios normais ao ciclo estral das matrizes conseguimos programar a hora correta da ovulação e inseminar um grande número de fêmeas ao mesmo tempo com a vantagem de também sincronizarmos a data de parição, principalmente para a época onde a venda do leite seja mais favorável, porém alguns aspectos devem ser observados para o uso desta técnica:
1º - usar animais com bom estado corporal: a res para emprenhar precisa ter uma certa camada de gordura, animais muito magros não emprenham por não ter gordura e muito gordos são mais difíceis, pois a gordura fica em torno do ovário dificultando a captação dos óvulos.
2º - uso de mão-de-obra especializada: a IATF necessita funcionários que sigam as aplicações nos horários determinados, sejam organizados e familiarizados com a inseminação de bovinos.
3º - boa estrutura para manejo: bons troncos, bretes e currais.
4º - não usar em animais com menos de 40 dias após a parição.
5º - cuidado com novilhas zebú: implantes intravaginais novos não são indicados para usar em novilhas, pois eles bloqueiam demais o ciclo estral do animal e não sincroniza corretamente, o mais indicado é utilizar o intra-auricular (Crestar®) usado.
6º - muita higiene: principalmente se utilizar o intravaginal, se introduzir sujeira na vaginal do animal pode dar uma infecção séria.
Estes são alguns detalhes que podem levar ao sucesso da IATF, emprenhar cerca de 50% dos animais na primeira inseminação, outro aspecto importante é a qualidade do sêmen, muitos programas dão errado por causa do sêmen, principalmente por problema de armazenamento; sêmen sexado ainda precisa de um protocolo acertado já que os espermatozóides já passaram por alguns processos e podem estar mais maturados, certamente no futuro teremos um programa certo para ser utilizado com este tipo de sêmen.
O importante de cada técnica é emprenhar o máximo de animais possíveis com o maior ganho genético e com um custo que caiba no orçamento do criador esta é a meta de qualquer tecnologia na área de reprodução.
Nenhum comentário:
Postar um comentário