quinta-feira, 14 de julho de 2011

Touros Antigos: CA Preludio e Cajú de Brasília

Continuando o comentário sobre os touros antigos iremos falar sobre o CA Prelúdio, importante touro da seleção Campo Alegre e pai do grande pilar da raça, CA Everest. CA Preludio é filho do Naidu Importado, um dos touros mais leiteiros vindo na importação de 62, com Fartura. Da linhagem do CA Prelúdio vieram animais de destaque absoluto na raça como o já citado CA Everest e toda a sua família que contém nada menos que CA Sansão, Nobre e outros ícones da raça.

Usando a imagem para comentar sobre o animal, em minha opinião, CA Preludio era um touro de bom porte, ótima profundidade, comprimento normal, poderia ser mais comprido, mas nada que o condene, linha de dorso um pouco selada, garupa levemente escorrida, aprumos parecem corretos, cupim de bom tamanho e bem inserido, tomba um pouco, deve ter tombado mais com a idade, pescoço de tamanho razoável, umbigo corrigido, saída de chifres um pouco alta com chifres redondos e de grossura mediana, orelhas de bom tamanho e levemente gavionadas, cabeça masculina e leve. Certamente CA Preludio foi um touro que agregou muito leite à raça, seus filhos e netos são prova disto, era um touro que deixava a desejar no quesito racial, mas compensava com sobra na hora da ordenha, se tornando um dos grandes pilares da raça e seu filho mais famoso é o símbolo do Gir Leiteiro de hoje em dia.



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Cajú de Brasília, em minha opinião, foi um dos melhores touros nascidos na fazenda Brasília e da seleção do sr. Rubens Perez, deste grande reprodutor filho do grande Vale Ouro de Brasília com a Salina de Brasília, res que vai a Darlan de Brasília. Da linhagem Cajú de Brasília saiu uma das melhores matrizes da raça e certamente uma das reses mais admiradas por todos, Profana de Brasília, vaca que alcançou os incríveis 17.182 kg de leite, além de conquistar diversos prêmios em pistas por todo pais, além da grande Profana, outros filhos de destaque do Cajú são o Modelo de Brasília, pai da recordista absoluta Setiba de Brasília, e o Efalc Paraíso Cajú, animais que mostram a capacidade produtiva da linhagem Cajú, o credenciando a entrar no hall dos grandes do Gir Leiteiro.

Avaliando a foto, o que não é o ideal, acho o Cajú de Brasília um touro de porte mais baixo, seu pai Vale Ouro de Brasília era um touro de porte pequeno, ótimo arqueamento de costelas, comprimento bom, garupa um pouco escorrida, aprumos me parecem corretos, umbigo poderia ser mais curto, cupim de bom tamanho e bem inserido, pescoço de tamanho razoável, saída de chifres razoável, chifres finos e chatos, porém virados para cima, orelhas de bom tamanho e pouco gavionadas, marrafa correta e uma cabeça leve e masculina. Cajú de Brasília prima por acertar bem o sistema mamário, suas filhas possuem úberes com ligamentos fortes, tetos finos e de bom tamanho, equilibrados e largos. Além de todos os benefícios citados acima, Cajú de Brasília ainda é provado e bem nos dois sumários, se colocando em 13º na ABCZ/Unesp com 613 kg de PTA e em 35º com 297 kg no sumário da ABCGIL/Embrapa, sendo bem acasalado é touro para se usar e muito, assim como os seus filhos.

6 comentários:

Anônimo disse...

Estava aguardando a continuação dose seus comentários. Parabéns mais uma vez. Chama a atenção que nenhum dos dois tinha uma orelha tão gavionada. E aí eu pergunto: porque hoje se exige tanto essa características ?? O Casper, por exemplo, que descende do Ca Prelúdio e do Caju (não tenho certeza) peca nessa característica. Por causa disso não posso usá-lo ? Acho incoerente com a história do Gir Leiteiro. O que você acha ?
José Luiz Costa
sanad766@terra.com.br

Gir das Paineiras disse...

José Luiz, desculpe a demora em postar mais alguns touros. Acho caracterização importante em uma raça para definir um grupo de animais, orelhas gavionadas acho importante em um animal, mas não escolho touros para acertar esta caracteristica, normalmente animais com orelhas mais retas não são os mais caracterizados, então o que faço é usa-los com reses mais raçudas, portanto não descartaria o uso do Casper unica e exclusivamente por causa da falta de gavião, tem coisas mais importantes que isto para serem avaliadas em um reprodutor.

O Casper é filho do Sansão na Ovação (Jacaré em vaca Fabuloso)

Grande abraço

Zé Eduardo

Anônimo disse...

ô Zé a coisa tá pegando pro seu lado hein, não tá tendo tempo direito pra postar aki no seu blog e tô te vendo bem pouco no Facebook.
Aki no seu blog tem uma grande vantagem: ainda não foi contaminado pelo vírus da discórdia.
Forte abraço e T+
Lucas - Sítio Palestina.

Gir das Paineiras disse...

Hehe ... é verdade Lucas, mas aqui é um espaço aberto, quem discordar do que eu disser pode descer a ripa que eu publico tb, acho que toda a opinião, desde que com respeito, é válida.

Graças a Deus tenho corrido bastante, mas vou tentando arrumar um jeito de sempre publicar alguma coisa por aqui e participar do Facebook, quando não sai arranca-rabo tem bons debates por lá.

Grande abraço

Pacheco disse...

Se hoje ainda gera polêmica o uso de descendente destes animais, imagina o que passou os criadores naquela época, selecionando touros fora do padrão racial(motivo de seleção da maioria) mas contribuindo como melhoradores de úbere e leite.

Gir das Paineiras disse...

Pacheco, acho que no passado os criadores se respeitavam mais, tinha esta rixa de hj, mas é possível ver fotos de criadores das duas vertentes juntos e lutando pela raça como um todo, deveriamos aprender com eles um pouco. Sobre os touros, acho que são dois animais que deixaram um legado muito grande no Gir Leiteiro e como todo animal, tem que ser bem acasalado para acertar os defeitos e salientar as virtudes.

Grande abraço