Muito se discute os rumos que o Gir deve tomar nestes últimos anos, com o trabalho realizado em cima do Gir Leiteiro, a raça ganhou destaque no cenário nacional e internacional, se tornando uma das melhores alternativas para a produção de leite em regiões tropicais, com lactações assustadoras, concursos leiteiros com produções altíssimas, dois testes de progênie realizados com aval da EMBRAPA (mais um terá seu primeiro resultado divulgado ano que vem, o da GirGoiás) e muito marketing competente como arma principal, fez com que o Gir tivesse uma grande procura, tirando a raça do esquecimento em que se encontrava na pecuária nacional.
Porém os criadores de Gir Padrão - não gosto de dividir a raça nestas nomenclaturas, mas a ABCZ o faz e possuem pistas e julgamentos diferentes - relutam em aceitar alguns animais Gir Leiteiro devido a problemas de caracterização que não se enquadram na raça, infelizmente foi travada uma guerra entre as duas vertentes tendo o seu ápice no caso “Curiosa DSIL”, res que ganhou o torneio leiteiro na exposição de Goiás, mas que para alguns criadores não poderia ser registrada como Gir, isto fez com que a ABCZ exigisse mais para emitir o registro definitivo dos animais (RGD). Coincidência ou não, hoje é possível passear pelos pavilhões das exposições, onde em sua grande maioria a predomínio da raça Gir, e ver belos animais, com belos sistemas mamários e ótima caracterização racial, pode ser um novo caminho que a raça esta trilhando, não somente voltado para o leite nem ao extremo de só caracterização, ao meu ver o mercado esta selecionando este tipo de animal.
Um dos responsáveis por esta mudança de rumo do Gir é o touro Radar dos Poções (podemos citar outros também como Nobre TE da Cal, CA Paladino e Teatro da Silvânia), touro que teve seu sêmen envolvido em caso de polícia devido à falsificação, mas que hoje ainda continua valorizado e seus descendentes alcançando destaque no cenário nacional, Radar é um touro que apesar de muitos defeitos, acerta muita coisa em caracterização em seus filhos, assim como os outros três touros citados acima e alguns outros bons reprodutores que não devem em caracterização e produção de leite, portanto o Gir esta tomando o rumo do animal com ótimo tipo leiteiro, com ótima saída de chifres, côncavos, orelhas gavionadas e de bom tamanho, enfim, um animal que enche os olhos e o balde.
Boemia das Paineiras - res caracterizada e leiteira
5 comentários:
Muito bom seu texto zé, além de bem redigido fala exatamento o cenário da pecuária nacional hoje em dia.
Por fim, a foto da sua belíssima matriz Boemia, retrata perfeitamente o que foi falado no texto, tanto fenotipicamente, quanto no papel.
Parabéns!
É isso Zé, acredito que o futuro do Gir brasileiro seja mesmo esse, equilíbrio entre racial e funcional. Espero que isso se concretize e quem sabe também possa haver mais equilíbrio entre criadores né.
Forte abraço e T+
Lucas - Sítio Palestina
Muito bom artigo Zé Mello, e o que queremos é uma raça útil para o mundo, que forneça alimentos e sempre ocupando espaço nos currais do Brasil e do mundo.
Obrigado pessoal, acho que o gado bonito e produtivo é a busca de todo criador de Gir, acho que aos poucos a coisa tá indo neste sentido, nas exposições o gado descaracterizado tá virando minoria, nos currais que tenho visto por ai tb, agora é só espalhar este Gir por todo lado.
Grande abraço
Bom balanço da conjuntura moderna do Gir que se traduz atualmente em caracterização racial e leite. Binômios imprensidíveis para a ampliação do sucesso da raça. A Boêmia, sua cria e a paissagem também comunicam muito. Parabéns GIR DAS PAINEIRAS.
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