Saiba um pouco mais sobre Gir, os animais, a criação e seleção da raça no Sítio Paineiras em Itapetininga/SP.
segunda-feira, 12 de dezembro de 2011
Artigo: Leptospirose
A leptospirose é uma doença contagiosa causada pela infecção por qualquer espécie de bactéria patogênica do gênero leptospira.
Foi, primeiramente, identificada por Weil, no homem, no ano de 1886. Entretanto, sua etiologia só foi estabelecida no ano de 1915, quase que simultaneamente na Alemanha, por Uhlenhuth e Fromme, e no Japão por Inada e Ido.
Esta é uma zoonose onde os animais são hospedeiros primários, sendo essenciais para a persistência dos focos de infecção, e os humanos são os hospedeiros acidentais, pouco eficientes na perpetuação desta doença. Os impactos da leptospirose em relação à saúde animal são, particularmente, da esfera econômica. Nos bovinos, as perdas econômicas causadas pela leptospirose bovina estão relacionadas, tanto de forma direta como indireta, às falhas reprodutivas (infertilidade, abortamento, queda na produção de carne e leite), além das despesas com médicos veterinários, vacinas e medicamentos.
Leptospirose por ser uma doença endêmica no país e estar difundida por todo território nacional, é uma das grandes causadoras de abortos, falhas reprodutivas e perda da eficiência reprodutiva do rebanho nacional, esta relacionada com a presença de roedores nos pastos, já que estes animais são reservatórios da bactéria.
Pode ocorrer a contaminação quando a bactéria, que está presente nas águas, penetra no organismo através da pele lesada e até mesmo integra, ou quando a água ou alimentos contaminados por urina são ingeridos. Neste último caso, as bactérias podem penetrar pela mucosa digestiva ou nasal. Outra forma de contaminação é através do contato direto com a urina dos doentes ou portadores, sendo a mucosa conjuntival também considerada uma possível via de infecção. No caso de ruminantes, devido à barreira químico-mecânica representada pelo rúmen, à via digestiva só seria receptível em sua parte anterior representada pela boca e faringe.
Após a penetração, as leptospiras permanecem incubadas por um período que varia de três a quatorze dias, dependendo da quantidade de microrganismo ingerida e da virulência do tipo. Em seguida alcançam a corrente sangüínea. Dependendo do estado imunitário do animal, e devido à produção de anticorpos circulantes, as leptospiras deixam a corrente circulatória em direção ao fígado, baço, rins, trato reprodutivo, olhos e SNC. Estas bactérias podem permanecer nos rins e trato urinário, podendo ser eliminadas por semanas a meses, após a infecção (leptospirúria). Em bovinos, a leptospirúria pode persistir durante um período de 36 dias (10 a 118 dias), e o índice mais alto da excreção ocorre na primeira metade desse período. Enquanto a taxa de infecção total de um rebanho mais velho pode ser alta, a leptospirose atinge preferencialmente bezerros de 1 ano de idade ou menos. Em alguns rebanhos é comum todos os bezerros se tornarem infectados, com uma perda por morte de 15 %, os bezerros ficam fracos, perdem apetite, peso, alguns casos chegam a urinar sangue e muitos chegam a óbito.
A doença pode ocorrer tanto na forma aguda, como subaguda e crônica. Na forma aguda, o animal apresenta febre, hemoglobinúria, icterícia, anorexia, aborto e queda na produção do leite causada por uma mastite atípica, com o úbere podendo apresentar-se edematoso e flácido à palpação, e o leite torna-se amarelado ou sanguinolento, sinais clássicos da infecção pela sorovar hardjo. A forma subaguda difere da aguda só em grau, são também descritas diminuição na produção do leite, febre, leve icterícia e diminuição da ruminação. Na forma crônica, as alterações estão restritas à esfera reprodutiva, mais associada aos sorovares hardjo e pomona, culminando em abortos, geralmente no terço final da gestação, retenção de placenta, infertilidade, natimortos e morte fetal.
O tratamento com estreptomicina, 12 mg/kg, durante três dias, por via intra muscular é eficaz no tratamento da forma aguda da doença. Para eliminar a infecção nos bovinos, recomenda-se a administração de uma única dose de 25 mg/kg de estreptomicina.Se faz necessário o controle da leptospirose para prevenir a doença clínica, as perdas econômicas e minimizar o risco de infecção humana.
A aplicação de 25 mg/kg de estreptomicina em fêmeas que irão entrar em estação de monta, IATF ou serão usadas como receptoras tem dado bons resultados e aumentado o número de prenhezes.
A eliminação da doença do rebanho é muito difícil, portanto é preciso evitar que a mesma entre na fazenda para tal o controle depende da eliminação dos animais portadores da doença, de medidas higiênicas adequadas para evitar a propagação do processo infeccioso e da vacinação dos animais susceptíveis. A maioria das vacinas contém bacterinas inativadas por formalina com um ou mais sorotipos. A vacinação deve começar com bezerros de quatro a seis meses de idade. As revacinações devem ser anuais, portanto a vacinação é indispensável e trás retornos imediatos com o aumento da taxa de prenhez do rebanho.
segunda-feira, 28 de novembro de 2011
Hormônios para Reprodução Animal
Esta época do ano na pecuária é marcada pela Estação de monta, onde as matrizes são colocadas em trabalho reprodutivo, seja ele através do uso de monta natural ou para inseminação artificial. Uma das mais novas e interessantes tecnologias é a Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF) que permite ao produtor manipular o ciclo estral das fêmeas bovinas através de hormônios exógenos e inseminar todas as matrizes sem observação de cio, é uma técnica que se bem aplicada trás ótimos benefícios à fazenda como maior taxa de prenhez, desmame de animais mais pesados, concentração nos nascimentos e desmame, além do uso racional dos touros.
Nós da Paineiras Reprodução Animal começamos a vender este ano os hormônios para reprodução através da parceria com os grandes laboratórios e lojas, permitindo a nós possuir ótimos preços, entrega em todo o Brasil (dependendo do valor sem cobrança de frete) e uma boa variedade de produtos. Se precisarem façam um orçamento dos produtos através do e-mail
zemello@paineirasreproducoes.com.br
Um abraço
José Eduardo Mello
Matrizes Nelore todas com o cio sincronizado esperando para serem inseminadas.
Nós da Paineiras Reprodução Animal começamos a vender este ano os hormônios para reprodução através da parceria com os grandes laboratórios e lojas, permitindo a nós possuir ótimos preços, entrega em todo o Brasil (dependendo do valor sem cobrança de frete) e uma boa variedade de produtos. Se precisarem façam um orçamento dos produtos através do e-mail
zemello@paineirasreproducoes.com.br
Um abraço
José Eduardo Mello
Matrizes Nelore todas com o cio sincronizado esperando para serem inseminadas.
quinta-feira, 10 de novembro de 2011
Novas Matrizes no Gir das Paineiras
Esta semana chegaram ao Gir das Paineiras sete ótimas reses provenientes do Gir do Litoral do criador e amigo Roberto Bolsanello, são reses extremamente bem caracterizadas provenientes dos melhores rebanhos do Brasil, muitas delas da seleção do saudoso Zeid Sab, um dos maiores se não o maior selecionador de Gir da história, destaque absoluto para Galhofa ZS, matriz muito profunda, com ótimo arqueamento de costelas, um racial impecável e que certamente irá acrescentar muita à seleção Paineiras. Outra res que certamente irá contribuir muito na questão racial e na produção deleite é a Bebela, linda matriz com muito sangue da grande seleção Lapa Vermelha (Bey) e que traz em seu pedigree o grande Tacaré ZS na linha alta e baixa, touro que deixou muita coisa boa na seleção do sr. Geraldo Simões e que hoje é capitaneada pelo sr. Eduardo Simões e o Rodrigo Simões, dentre as ótimas matrizes que o Tacaré ZS deixou na Lapa Vermelha, destaque para a Chatada da LV e Clemente da LV, duas excelentes matrizes e de ótima produção leiteira. Em breve o Gir das Paineiras terá ótimos produtos destas grandes matrizes que foram adquiridas junto à seleção do Litoral, esperamos dar continuidade ao grande trabalho realizado pelo amigo e criador Roberto Bolsanello.
quinta-feira, 3 de novembro de 2011
Os Rumos da Feileite 2011
Esta semana a cidade de São Paulo esta recebendo a Feileite, feira indoor que começou como Feimilk e desde 2006 vem sendo organizada pela mesma empresa que promove a concorrida Feicorte também em São Paulo. Estive presente em quase todas exposições deste tipo e vejo que a Feileite vem conquistando o seu espaço, muitas vezes ouço de criadores que as dependências deixam a desejar, que o local é quente para os animais ou que o acesso ao centro de exposições é difícil devido ao caótico trânsito da cidade, porém também percebo que a cada ano mais stands de empresas renomadas estão sendo montados, o torneio leiteiro e pista têm se tornado cada vez mais pesados e que leilões tem alcançado boas médias em todas as raças. Citando especificadamente o Gir, temos leilões de muito peso durante a exposição, começou com o 2º Leilão Noite das Campeãs promovido pela Agropecuária Corona, Carlão da Publique e Agro Santa Bárbara, onde foram ofertados animais de muita qualidade, destaque para uma prenhez da grande Safira 3R B. Monte com Jaguar ou Radar, muito leite com racial impecável. Na noite seguinte o destaque ficou por conta do leilão da Estância Silvânia e como de costume mobilizou os grandes criadores da raça, um leilão muito bem conduzido e com animais de muita qualidade, o Eduardo Falcão ofertou o que tem de melhor na sua seleção, teve irmã completa do Desejo, e o ponto alto foi a venda de 50% do Iceberg FIV da Silvânia, touro que traz sangue dos três primeiros do ranking, a venda de touros destaque e que estão em teste de progênie já virou uma tradição nos leilões da Silvânia. A noite do feriado trouxe o leilão comandado pela fazenda Mutum e Calciolândia através do leilão Cinco Estrelas, Léo Machado e convidados levaram muita qualidade para o tatersal, onde foram vendidos animais a ótimos preços. A noite de quinta-feira reserva alegria e sutilidade através do leilão das Mulheres do Gir Leiteiro, um leilão diferente, animado e com toque feminino, mas que não se engane, pois a qualidade será grande dos animais. Para fechar com chave de ouro a última noite fica por conta do 2º Leilão Made in Brazil, muita coisa boa vai entrar na pista com destaque para uma prenhez da recordista Urataína Cal (filha da Quimbanda) com o já falecido Tabu da Cal, Dr. Gabriel e Jordane vão ofertar o que há de melhor em seu plantel.
Vejo este ano como mais um avanço da Feileite, leilões importantes e uma pista cada vez mais pesada vêm dando suporte a este crescimento, torço para que no futuro próximo esta seja uma das mais importantes exposições do Gir Leiteiro, tem tudo para ser e esta no rumo certo.
Vejo este ano como mais um avanço da Feileite, leilões importantes e uma pista cada vez mais pesada vêm dando suporte a este crescimento, torço para que no futuro próximo esta seja uma das mais importantes exposições do Gir Leiteiro, tem tudo para ser e esta no rumo certo.
sexta-feira, 21 de outubro de 2011
Morre a Lenda CA Sansão
O Gir Leiteiro e a pecuária nacional perderam um de seus maiores ícones dentro da raça, faleceu o líder do ranking CA Sansão, touro que fez, faz e fará história, não é a toa já que é Hexacampeão no sumário da ABCGIL/Embrapa e Tetracampeão no da ABCZ/Unesp, além disto é pai do vice de ambos os rankings (Urânio TE da Silvânia e Brasão TE Kubera respectivamente). CA Sansão é o maior nome da história do Gir Leiteiro, touro nascido em 1996 e que ao longo dos seus mais de 15 anos e meio de vida acumulou sucessos e recordes, cria da fazenda Terra Vermelha do Kinkão, seleção responsável pelo surgimento de dois pilares da raça, CA Everest e seu mais importante filho, CA Sansão. Apesar de a pecuária nacional estar triste por esta importante perda, uma coisa é certa, doses de sêmen deste grande reprodutor serão muito valorizadas e atiçará a cobiça de todos os criadores da raça, resta saber qual dos seus filhos trilhará a estrada de sucesso deixada por Sansão, vale lembrar alguns dos bons filhos deste raçador: Urânio TE da Silvânia (filho da Juju e segundo do ranking ABCGIL) – Brasão TE Kubera (segundo do ranking ABCZ) – Casper TE Kubera (filho da Ovação e líder do 19º Grupo da ABCGIL) – Belur TE Kubera (filho da Juju e 10º da ABCGIL) – Habil FIV F Mutum (filho da Dengosa e irmão completo da Fita, campeã de torneio leiteiro) – Buzios TE de Kubera (irmão completo do Urânio e Belur) – Delegado da BJS (filho da Recita de Brasilia), isto só para citar alguns e ainda temos as filhas do CA Sansão que são destaque em pistas e torneios leiteiros. Uma coisa é certa, o Gir Leiteiro perdeu um de seus maiores ícones, mas viu nascer uma lenda que perdurará por anos. CA Sansão, o Gir Leiteiro e a pecuária agradecem por tudo o que você fez.
quarta-feira, 19 de outubro de 2011
Animal em Destaque - Boemia das Paineiras
Boemia das Paineiras foi um dos primeiros animais a nascer fruto de transferência de embrião na seleção do Gir das Paineiras, filha da ótima Décima ZS, res muito produtiva e de ótima caracterização racial e que foi adquirida junto a fazenda Clarão da Serra e proveniente do criatório da seleção do sr. Zeid Sab, um dos maiores criadores de Gir do Brasil e que teve importante papel no crescimento e na melhoria do rebanho nacional na raça como um todo, Décima ZS foi vendida para o criador Leonardo Silva de São Miguel do Passa Quatro no estado de Goiás, mas antes deixou no Gir das Paineiras a Empada 3R Curi e Bali das Paineiras, além dos touros Bankok e Bilbao (irmãos de coleta da Boemia e Bali), Bastuk e Baggio (coleta com o Delegado da Bom Jardim). Na linha alta Boemia das Paineiras é filha do Jarro de Ouro da Cal, touro que conquistou diversos prêmios e é filho da grande Senxém Raposo da Cal, mãe de animais como Nobre, Napolitano e Nagy, entre outros, com o Vale Ouro de Brasília (pai do Cajú de Brasilia), touro que agrega muito leite com ótimo sistema mamário.
Boemia das Paineiras vem se mostrando uma das principais matrizes da seleção Paineiras, matriz muito bem caracterizada, com ótimo sistema mamário, temperamento muito bom, muito fértil e leiteira, mesmo a pasto produziu bem em sua primeira lactação e agora abre a segunda na qual temos ótimas expectativas. Boemia está recém parida de uma macho filho do Desejo da Silvânia, bezerro que une muita genética para leite sem deixar a caracterização de lado, já que temos matrizes como Décima ZS e Senxém, e touros como CA Everest e Vale Ouro de Brasília, bezerro para ficar de olho!!
Décima ZS, show de matriz e mãe da Boemia das Paineiras
Boemia das Paineiras vem se mostrando uma das principais matrizes da seleção Paineiras, matriz muito bem caracterizada, com ótimo sistema mamário, temperamento muito bom, muito fértil e leiteira, mesmo a pasto produziu bem em sua primeira lactação e agora abre a segunda na qual temos ótimas expectativas. Boemia está recém parida de uma macho filho do Desejo da Silvânia, bezerro que une muita genética para leite sem deixar a caracterização de lado, já que temos matrizes como Décima ZS e Senxém, e touros como CA Everest e Vale Ouro de Brasília, bezerro para ficar de olho!!
Décima ZS, show de matriz e mãe da Boemia das Paineiras
quarta-feira, 5 de outubro de 2011
Geração 2011 - Gir das Paineiras
O Gir das Paineiras esta com uma geração de bezerros de encher os olhos, o touro Tribunal da Nova Estiva, ótimo filho do Bagdá de Brasília na Jangada na NE, res que vai a Conde (Gaiolão DC) e Felino 3R de Uberaba, Tribunal é um touro que tem transmitido muito tipo leiteiro as suas filhas, sem deixar a caracterização de lado, além de ótimos úberes e uma boa carcaça aos machos, produzindo animais bem profundos e de cor predominantemente vermelha.
Flórida das Paineiras - Manchete da NE x Tribunal da NE
Francesa das Paineiras - Cuoca das Paineiras x Tribunal da NE
Fajitas das Paineiras - Luziania da NE x Tribunal da NE
Forlie das Paineiras - Urucari SJ x Tribunal da NE
Fendi das Paineiras - Caxemira do Litoral x Tribunal da NE
Falafel das Paineiras - Mediana da NE x Tribunal da NE
Flamini das Paineiras - Taióba da NE x Dunga 3R Curi
Flórida das Paineiras - Manchete da NE x Tribunal da NE
Francesa das Paineiras - Cuoca das Paineiras x Tribunal da NE
Fajitas das Paineiras - Luziania da NE x Tribunal da NE
Forlie das Paineiras - Urucari SJ x Tribunal da NE
Fendi das Paineiras - Caxemira do Litoral x Tribunal da NE
Falafel das Paineiras - Mediana da NE x Tribunal da NE
Flamini das Paineiras - Taióba da NE x Dunga 3R Curi
quarta-feira, 21 de setembro de 2011
Artigo: Rinotraqueítre Infecciosa Bovina (IBR)
A Rinotraqueíte Infecciosa Bovina (IBR) é uma doença do trato respiratório nos bovinos, provocada por uma espécie de herpesvírus, a mortalidade da doença geralmente é baixa, porém as maiores perdas se dá com casos de broncopneumonias secundárias que acabam levando os animais a óbito, girando em torno de 2%. Os métodos de transmissão são o exsudato nasal, gotículas expelidas quando o animal tosse, secreções genitais e sêmen (reprodução, falaremos a seguir) e tecidos fetais (restos de placenta e aborto), portanto é uma doença que prolifera em animais estabulados onde o contato é maior e onde um número maior de animais ocupa uma menor área. A idade dos animais susceptíveis é normalmente acima dos 6 meses de idade, quando há uma baixa na imunidade colostral, até animais adultos, porém se a ingestão for pequena ou se os níveis de anticorpos no colostro for baixa, animais recém nascidos são altamente susceptíveis à doença.
Nos recém-nascidos a doença é sistêmica e altamente fatal, normalmente bezerros com idade inferior a 10 dias são os mais acometidos, este quadro abre espaço para o desenvolvimento de broncopneumonia secundária, surtos podem ocorrer em rebanhos altamente susceptíveis onde as matrizes não são vacinadas e não há imunidade colostral de forma adequada.
A IBR é uma doença extremamente importante devido à sua importância econômica, não somente pela morte de animais, já que sua mortalidade é baixa ainda mais se os neonatos receberem doses satisfatórias de colostro, mas sim na parte reprodutiva do rebanho onde a IBR causa abortos, atraso em cios, infertilidade e descarte de animais. O vírus da IBR causa a necrose do corpo lúteo (estrutura que se forma no ovário após a ovulação e responsável pela produção de progesterona, hormônio extremamente importante para a reprodução) e morte embrionária, causando assim atraso na prenhez e muitas vezes descarte de animais. O aborto pode ocorrer em algumas semanas após a vacinação com vírus modificado (vacinas mais antigas) em animais prenhes e não imunes ou aparecimento da doença clínica. O aborto ocorre nestes casos normalmente entre o 6 e 8 mês com altos índices de retenção de placenta e possivelmente infertilidade residual. Fetos abortados apresentam macroscopicamente autólise de moderada a grave e necrose no fígado. Também pode ocorrer endometrite após a inseminação com sêmen infectado, já que o vírus pode sobreviver a mais de um ano em temperatura de -196 graus (temperatura do nitrogênio líquido), mostrando a importância de adquirir material genético de centros responsáveis e corretos. A detecção do vírus deve ser realizado através dos sintomas e laboratorialmente pode ser realizado através do teste de ELISA e PCR, são testes seguros e de rápida execução.
Tratamento da doença é através de antibióticos de amplo espectro já que o que se busca é controlar as doenças secundárias como a broncopneumonia, porém os indivíduos doentes devem ser isolados para que não transmitam a outros animais. No caso da traqueíte a resposta aos antibióticos nem sempre é satisfatória e muitas vezes o sacrifício dos animais é o mais indicado.
O controle da IBR deve ser realizado através da vacinação, a primeira vacina deve ser realizada antes do desmame e por volta dos 6 meses de vida quando a imunidade colostral diminui, e ser aplicada uma dose de reforço no máximo 14 dias após a aplicação da primeira dose, depois vacinar as fêmeas e touros anualmente antes da entrada na estação de monta.
A IBR é uma doença que causa muitos prejuízos econômicos e age de forma silenciosa, já que os criadores não dão a devida atenção à vacinação e mesmo ao diagnóstico desta importante enfermidade que leva à diminuição dos índices reprodutivos e o aumento do descarte de animais devido à infertilidade e abortos, portanto uma vacinação bem planejada e um cuidado com o manejo dos recém-nascidos são formas importantes de controlar esta importante doença dos bovinos.
_________________________________________________________________
Aos seguidores do Blog peço desculpas pela demora na atualização do mesmo, estive fora durante uns dias, mas voltarei a postar no mínimo semanalmente.
Um abraço
José Eduardo Mello
Gir das Paineiras
Nos recém-nascidos a doença é sistêmica e altamente fatal, normalmente bezerros com idade inferior a 10 dias são os mais acometidos, este quadro abre espaço para o desenvolvimento de broncopneumonia secundária, surtos podem ocorrer em rebanhos altamente susceptíveis onde as matrizes não são vacinadas e não há imunidade colostral de forma adequada.
A IBR é uma doença extremamente importante devido à sua importância econômica, não somente pela morte de animais, já que sua mortalidade é baixa ainda mais se os neonatos receberem doses satisfatórias de colostro, mas sim na parte reprodutiva do rebanho onde a IBR causa abortos, atraso em cios, infertilidade e descarte de animais. O vírus da IBR causa a necrose do corpo lúteo (estrutura que se forma no ovário após a ovulação e responsável pela produção de progesterona, hormônio extremamente importante para a reprodução) e morte embrionária, causando assim atraso na prenhez e muitas vezes descarte de animais. O aborto pode ocorrer em algumas semanas após a vacinação com vírus modificado (vacinas mais antigas) em animais prenhes e não imunes ou aparecimento da doença clínica. O aborto ocorre nestes casos normalmente entre o 6 e 8 mês com altos índices de retenção de placenta e possivelmente infertilidade residual. Fetos abortados apresentam macroscopicamente autólise de moderada a grave e necrose no fígado. Também pode ocorrer endometrite após a inseminação com sêmen infectado, já que o vírus pode sobreviver a mais de um ano em temperatura de -196 graus (temperatura do nitrogênio líquido), mostrando a importância de adquirir material genético de centros responsáveis e corretos. A detecção do vírus deve ser realizado através dos sintomas e laboratorialmente pode ser realizado através do teste de ELISA e PCR, são testes seguros e de rápida execução.
Tratamento da doença é através de antibióticos de amplo espectro já que o que se busca é controlar as doenças secundárias como a broncopneumonia, porém os indivíduos doentes devem ser isolados para que não transmitam a outros animais. No caso da traqueíte a resposta aos antibióticos nem sempre é satisfatória e muitas vezes o sacrifício dos animais é o mais indicado.
O controle da IBR deve ser realizado através da vacinação, a primeira vacina deve ser realizada antes do desmame e por volta dos 6 meses de vida quando a imunidade colostral diminui, e ser aplicada uma dose de reforço no máximo 14 dias após a aplicação da primeira dose, depois vacinar as fêmeas e touros anualmente antes da entrada na estação de monta.
A IBR é uma doença que causa muitos prejuízos econômicos e age de forma silenciosa, já que os criadores não dão a devida atenção à vacinação e mesmo ao diagnóstico desta importante enfermidade que leva à diminuição dos índices reprodutivos e o aumento do descarte de animais devido à infertilidade e abortos, portanto uma vacinação bem planejada e um cuidado com o manejo dos recém-nascidos são formas importantes de controlar esta importante doença dos bovinos.
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Aos seguidores do Blog peço desculpas pela demora na atualização do mesmo, estive fora durante uns dias, mas voltarei a postar no mínimo semanalmente.
Um abraço
José Eduardo Mello
Gir das Paineiras
segunda-feira, 29 de agosto de 2011
Leilão dia 11 de Setembro
Dia 11 de Setembro a partir das 9 horas no Canal Rural terá um leilão interessante para quem gosta de Gir, principalmente para aqueles que procuram animais de boa raça, boa produção, com ótimo temperamento e criados a pasto, a Nova Estiva do sr. Braulio Queiroz e a fazenda Alto da Estiva, do presidente da ABCGIL, Silvio Queiroz e outros convidados disponibilizarão genética de ponta para os compradores. Ontem conversei com o sr. Braulio e posso garantir pelo que eu conheço do gado dele que muita coisa boa irá a venda, animais com sangue aberto e que remontam aos grandes criatórios como 3R e VR.
A Nova Estiva foi a base da seleção do Gir das Paineiras por aliar produtividade provada a pasto, animais voltados para o leite, mas nunca esquecendo o quesito racial e a longevidade da raça, animais de temperamento extraordinário e toda esta seleção realizada com muita competência e compromisso com a raça pelo sr. Braulio Queiroz, é raro chegar na fazenda Nova Estiva e não encontrar este jovem senhor de mais de 70 anos embaixo de uma vaca ordenhando ou no curral tratando dos bezerros, isto 7 dias por semana, é um trabalho de mais de 6o anos de seleção que irá ser disponibilizado para todo o Brasil, quem gosta de gado e de Gir não pode perder esta.
Boa sorte aos realizadores do leilão e aos futuros compradores.
Manchete da NE terá uma excelente filha a venda durante o leilão
quarta-feira, 24 de agosto de 2011
Novos Procedimentos Para os Filhos do Radar dos Poções
A sinuca de bico que se tornou o caso do touro Radar dos Poções esta chegando ao fim, a Associação Brasileira dos Criadores de Zebú (ABCZ) nesta semana comunicou os novos procedimentos que devem ser realizados com descendentes deste importante reprodutor da raça. No site da Gir Brasil há uma ótima reportagem escrita pelo competente Rosimahttp://www.blogger.com/img/blank.gifr Silva sobre o caso (www.portaldogir.com/site/noticias.php?tla=2&cod=1240), certamente foi um dos momentos mais difíceis por qual passou a raça nestes últimos meses e felizmente esta se encaminhando para uma solução, que pode desagradar a alguns, mas mostra uma posição correta da ABCZ juntamente com as outras associações da raça.
Radar dos Poções, um dos touros mais valorizados nos últimos anos e que teve seu sêmen falsificado causando um verdadeiro furacão no mercado.
terça-feira, 23 de agosto de 2011
Artigo: TE x FIV - Duas Ótimas Ferramentas p/ o Produtor
Este artigo visa comparar as duas das mais modernas técnicas em reprodução animal empregadas nos rebanhos brasileiros, a Transferência de Embrião (TE) e a Fecundação in Vitro (FIV);
Ambas as tecnologias têm como objetivo permitir as matrizes a produzirem mais de um bezerro por ano. Abaixo descreverei cada técnica e listar os prós e os contras e posteriormente fazer um comparativo entre a TE e a FIV.
Transferência de Embrião (TE)
Das duas é a técnica mais antiga porém não menos eficiente, consiste em promover uma super-ovulação através de doses hormonais em horários pré-determinados, fazemos com que a res tenha múltiplas ovulações ao invés de apenas uma como normalmente, depois realizamos duas inseminações com intervalo de 12 horas para garantir que grande parte dos óvulos será fecundada; 7 dias após a inseminação fazemos uma lavagem intra-uterina, que nada mais é do que fazer passar pelo útero um líquido capaz de remover os embriões, então este líquido é filtrado por um pequeno filtro que retém os pequenos embriões em sua manta, este filtro é levado a um laboratório onde é lavado e seu conteúdo derramado em placas especiais que serão analisadas através de um estereomicroscópio (lupa) para a procura dos embriões; ao achar um embrião este é separado e pode ou ser congelado ou mesmo inovulado a fresco em uma receptora pré-avaliada. Abaixo relatarei os prós e contras da TE:
• Vantagens
- mais barata = apesar de altos gastos com hormônios e material de coleta, a TE saí mais em conta do que a FIV
- 50% de fêmeas = a TE produz número igual de machos e fêmeas
- permite a congelamento = é possível congelar o excedente de embriões com pouca perda de prenhes
- menos tecnologia = na TE o uso de equipamentos não se faz tão necessário quanto na FIV
- melhor uso de receptoras = produz mais prenhezes do que a FIV
• Desvantagens
- uso de duas doses de sêmen = precisa de duas inseminações
- não permite usar animais prenhes
- intervalo entre coletas de no mínimo 30 – 40 dias
- pode produzir cistos = a dose de hormônios pode levara fêmea a produzir cistos ovarianos
Fecundação in Vivo
Tecnologia moderna que consiste em aspirar os oócitos (óvulo + zona pelúcida) das fêmeas através de uma bomba de vácuo que cria uma pressão negativa em um tubo ligado a uma agulha, esta agulha é guiada através de uma guia especial ligada a um aparelho de ultra-som, os oócitos aspirados são depositados em um tubo e posteriormente avaliados em um laboratório ao lado do curral. Os oócitos depois de separados são levados a um laboratório de FIV onde serão maturados e fecundados com o sêmen previamente escolhido, muitas vezes uma dose de sêmen é capaz de atender duas ou mais vacas, o embrião é então formado, maturado e transferido em receptoras pré-avaliadas. Abaixo relatarei os prós e contras da FIV:
• Vantagens
- permite o uso de fêmeas prenhes = é possível aspirar reses com até 3 meses de prenhes
- não necessita o uso de hormônios
- maior freqüência do uso das matrizes = é possível realizar uma aspiração a cada 15 dias com a mesma matriz
- permite o uso de sêmen mais caros = por otimizar o uso das doses de sêmen permite ao criador usar doses raras e mais caras
- maior produção de embriões
• Desvantagens
- embriões congelados apresentam índices muito baixos = alguns laboratórios parece terem encontrados a solução para este problema, mas ainda estão em estágio de teste, em vias de regra, embriões congelados de FIV perdem muito em prenhes
- pode causar aderência do ovário = por ser um método mais invasivo onde o ovário é perfurado por agulhas diversas vezes, produz um sangramento e pode causar a aderência do ovário na parede do útero o que diminui a vida reprodutiva da matriz
- técnica mais cara = usa muita tecnologia com diversos equipamentos
- produz mais macho do que fêmeas = pode chegar até a 70% de machos, normalmente varia em torno de 60% de machos e 40% de fêmeas, o uso do sêmen sexado supri esta deficiência
- prenhes mais baixa = a média gira em torno de 35 – 40% de prenhes
- maior chance de nascer animais defeituosos = na FIV esta chance é maior devido ao processo de seleção de espermatozóides que através de uma centrifuga escolhe as células de uma determinada faixa onde se concentra mais espermatozóides de machos e com defeitos pequenos (células mais leves)
O Gir como todas as outras raças de bovinos seguem um padrão quanto a produção de embriões seja na TE ou na FIV: poucos animais produzem muito pouco, muitos produzem médio e poucos produzem muito; é preciso achar estes animais nos rebanhos e reproduzi-los.
O Gir por ser zebuíno responde muito bem à FIV por ter um maior recrutamento de oócitos por ovulação, não é raro encontrar matrizes produzindo mais de 50 oócitos, destes 1/3 se transforma em embrião, porém a seleção e a busca por famílias mais férteis e mais produtivas tem nos levado a encontrar reses capazes de produzir também muito bem através da coleta de embrião via super-ovulação, hoje em dia encontramos matrizes capazes de produzir mais de 15 embriões viáveis e de ótima qualidade, por isso é indicado usarmos apenas animais oriundos de famílias sabidamente produtivas, tanto na área de leite quanto na área reprodutiva, ou mesmo os animais Padrão que venham a acrescentar nas características raciais do rebanho; o Gir por característica produz embriões de ótima qualidade e que apresentam índices de prenhes acima da média, assim como também os machos mostraram-se superiores na produção de sêmen, é uma ótima notícia para a raça que tem como objetivo conquistar o seu espaço na pecuária nacional.
Neste artigo a idéia é de esclarecer o que são estas duas importantes ferramentas das quais o pecuarista de animais de elite conta a seu favor, são técnicas caras que devem ser usadas com critério. Ambas possuem vantagens e desvantagens, por isso creio que possam ser usadas em conjunto, de forma alternada ou dependendo da disponibilidade de sêmen, receptoras, localização e opinião de um profissional, o importante é que por se tratarem de técnicas que otimizam o uso das matrizes é necessário que sejam utilizados apenas animais melhoradores, animais dos quais já sabemos a produção e o que esperar deles.
Bezerros da raça Gir produtos de TE juntos com as suas "mães".
Ambas as tecnologias têm como objetivo permitir as matrizes a produzirem mais de um bezerro por ano. Abaixo descreverei cada técnica e listar os prós e os contras e posteriormente fazer um comparativo entre a TE e a FIV.
Transferência de Embrião (TE)
Das duas é a técnica mais antiga porém não menos eficiente, consiste em promover uma super-ovulação através de doses hormonais em horários pré-determinados, fazemos com que a res tenha múltiplas ovulações ao invés de apenas uma como normalmente, depois realizamos duas inseminações com intervalo de 12 horas para garantir que grande parte dos óvulos será fecundada; 7 dias após a inseminação fazemos uma lavagem intra-uterina, que nada mais é do que fazer passar pelo útero um líquido capaz de remover os embriões, então este líquido é filtrado por um pequeno filtro que retém os pequenos embriões em sua manta, este filtro é levado a um laboratório onde é lavado e seu conteúdo derramado em placas especiais que serão analisadas através de um estereomicroscópio (lupa) para a procura dos embriões; ao achar um embrião este é separado e pode ou ser congelado ou mesmo inovulado a fresco em uma receptora pré-avaliada. Abaixo relatarei os prós e contras da TE:
• Vantagens
- mais barata = apesar de altos gastos com hormônios e material de coleta, a TE saí mais em conta do que a FIV
- 50% de fêmeas = a TE produz número igual de machos e fêmeas
- permite a congelamento = é possível congelar o excedente de embriões com pouca perda de prenhes
- menos tecnologia = na TE o uso de equipamentos não se faz tão necessário quanto na FIV
- melhor uso de receptoras = produz mais prenhezes do que a FIV
• Desvantagens
- uso de duas doses de sêmen = precisa de duas inseminações
- não permite usar animais prenhes
- intervalo entre coletas de no mínimo 30 – 40 dias
- pode produzir cistos = a dose de hormônios pode levara fêmea a produzir cistos ovarianos
Fecundação in Vivo
Tecnologia moderna que consiste em aspirar os oócitos (óvulo + zona pelúcida) das fêmeas através de uma bomba de vácuo que cria uma pressão negativa em um tubo ligado a uma agulha, esta agulha é guiada através de uma guia especial ligada a um aparelho de ultra-som, os oócitos aspirados são depositados em um tubo e posteriormente avaliados em um laboratório ao lado do curral. Os oócitos depois de separados são levados a um laboratório de FIV onde serão maturados e fecundados com o sêmen previamente escolhido, muitas vezes uma dose de sêmen é capaz de atender duas ou mais vacas, o embrião é então formado, maturado e transferido em receptoras pré-avaliadas. Abaixo relatarei os prós e contras da FIV:
• Vantagens
- permite o uso de fêmeas prenhes = é possível aspirar reses com até 3 meses de prenhes
- não necessita o uso de hormônios
- maior freqüência do uso das matrizes = é possível realizar uma aspiração a cada 15 dias com a mesma matriz
- permite o uso de sêmen mais caros = por otimizar o uso das doses de sêmen permite ao criador usar doses raras e mais caras
- maior produção de embriões
• Desvantagens
- embriões congelados apresentam índices muito baixos = alguns laboratórios parece terem encontrados a solução para este problema, mas ainda estão em estágio de teste, em vias de regra, embriões congelados de FIV perdem muito em prenhes
- pode causar aderência do ovário = por ser um método mais invasivo onde o ovário é perfurado por agulhas diversas vezes, produz um sangramento e pode causar a aderência do ovário na parede do útero o que diminui a vida reprodutiva da matriz
- técnica mais cara = usa muita tecnologia com diversos equipamentos
- produz mais macho do que fêmeas = pode chegar até a 70% de machos, normalmente varia em torno de 60% de machos e 40% de fêmeas, o uso do sêmen sexado supri esta deficiência
- prenhes mais baixa = a média gira em torno de 35 – 40% de prenhes
- maior chance de nascer animais defeituosos = na FIV esta chance é maior devido ao processo de seleção de espermatozóides que através de uma centrifuga escolhe as células de uma determinada faixa onde se concentra mais espermatozóides de machos e com defeitos pequenos (células mais leves)
O Gir como todas as outras raças de bovinos seguem um padrão quanto a produção de embriões seja na TE ou na FIV: poucos animais produzem muito pouco, muitos produzem médio e poucos produzem muito; é preciso achar estes animais nos rebanhos e reproduzi-los.
O Gir por ser zebuíno responde muito bem à FIV por ter um maior recrutamento de oócitos por ovulação, não é raro encontrar matrizes produzindo mais de 50 oócitos, destes 1/3 se transforma em embrião, porém a seleção e a busca por famílias mais férteis e mais produtivas tem nos levado a encontrar reses capazes de produzir também muito bem através da coleta de embrião via super-ovulação, hoje em dia encontramos matrizes capazes de produzir mais de 15 embriões viáveis e de ótima qualidade, por isso é indicado usarmos apenas animais oriundos de famílias sabidamente produtivas, tanto na área de leite quanto na área reprodutiva, ou mesmo os animais Padrão que venham a acrescentar nas características raciais do rebanho; o Gir por característica produz embriões de ótima qualidade e que apresentam índices de prenhes acima da média, assim como também os machos mostraram-se superiores na produção de sêmen, é uma ótima notícia para a raça que tem como objetivo conquistar o seu espaço na pecuária nacional.
Neste artigo a idéia é de esclarecer o que são estas duas importantes ferramentas das quais o pecuarista de animais de elite conta a seu favor, são técnicas caras que devem ser usadas com critério. Ambas possuem vantagens e desvantagens, por isso creio que possam ser usadas em conjunto, de forma alternada ou dependendo da disponibilidade de sêmen, receptoras, localização e opinião de um profissional, o importante é que por se tratarem de técnicas que otimizam o uso das matrizes é necessário que sejam utilizados apenas animais melhoradores, animais dos quais já sabemos a produção e o que esperar deles.
Bezerros da raça Gir produtos de TE juntos com as suas "mães".
segunda-feira, 15 de agosto de 2011
Gir das Paineiras Adquire Matrizes do Gir do Litoral
O Gir das Paineiras adquiriu importantes matrizes para o seu plantel provenientes da seleção do Gir do Litoral em Guarapari/ES, de propriedade do criador e amigo Roberto Bolsanello, as matrizes são de criatórios renomados e que muito acrescentarão à nossa seleção, são animais das marcas Bey e ZS, referencias nacionais na seleção da raça. O Gir das Paineiras já conta em seu plantel com matrizes da seleção do Litoral, são jovens reses de destaque absoluto tanto no leite quanto no quesito racial, como a Caxemira do Litoral e Delhi do Litoral.
Mais do que um criador Roberto Bolsanello sempre foi um grande parceiro e amigo, os dois criatórios já compraram a Dacha TE da Ubre em parceria, também se juntaram quando firmaram um acordo para que sete jovens matrizes do Gir do Litoral se somassem a algumas matrizes do Gir das Paineiras formando o Condomínio Ganesha, sendo assim esta amizade já vem de longa data, certamente é um dos grandes amigos que fiz dentro da raça, daqueles que levamos para a vida toda, seja em rodas de conversa em exposições, seja via internet, é certamente um “irmão” e para nós do Gir das Paineiras é uma grande alegria poder contar com animais escolhidos e selecionado pelo Beto Bolsanello. Betão, a família girista e todos os seus amigos te desejam muita sorte e um até breve, você ajuda e muito o Gir e a todos.
Grande abraço
Zé Eduardo
Gir das Paineiras
Freddy Magalhães (Gir IMMA), José Eduardo Mello (Gir das Paineiras) e Beto Bolsanello (Gir do Litoral) durante o julgamento na exposição de Goiânia.
Bebela (BEY 3076 DA L.VM x CALDEIA DA L.VM BEY 3203), uma das reses adquiridas junto ao Gir do Litoral.
segunda-feira, 8 de agosto de 2011
Touros Antigos: Rocar Orvalho Zonado e Gaiolão DC
Dando continuidade aos comentários sobre os touros antigos falaremos sobre dois reprodutores pouco usados, mas que deixaram animais importantes para a raça espalhados por todo o país, são eles Rocar Orvalho Zonado e Gaiolão DC, dois importantes representantes das mais antigas seleções da raça.
Começaremos falando do Rocar Orvalho, filho do Zonado Maxixe (368,43 PTA no sumário da ABCZ/Unesp), importante reprodutor que deixou uma família consagrada na Estância Silvânia, já que a Rocar Juju Zonado é filho dele também, sendo assim Rocar Orvalho é irmão paterno da mãe do Belur Kubera, Uranio da Silvânia, Zorro da Silvânia entre outros animais de muito destaque na raça; na parte baixa do pedigree, Rocar Orvalho é filho da Virtude, res com mais de 5.000 kg de leite e que vai a Juassui Virbay, portanto possui pedigree aberto para os grandes touros da atualidade.
Sobre o touro, em minha opinião e analisando as fotos, Rocar Orvalho é um touro de ótima profundidade, bom comprimento, garupa muito boa, linha de dorso poderia ser um pouco melhor, umbigo corrigido e muito bom, aprumos corretos, cupim poderia ser um pouco maior, mas é bem posicionado, pescoço de bom tamanho, saída de chifres corretas, com chifres chatos e não muito grossos, saem para baixo e depois viram para cima, marrafa correta, orelhas de bom tamanho e gavionadas, cabeça leve e masculina, além de uma pelagem chitada de vermelho interessante, suas filhas primam belo ótimo temperamento, longevidade e facilidade na ordenha, pelo menos pelas poucas filhas que conheço deste reprodutor é possível ver matrizes com ótimo sistema mamário, animais de estatura mais baixa, porém extremamente férteis e muito bons de caracterização, por estes atributos eu considero o Rocar Orvalho uma excelente opção para refrescamento de sangue e certamente gostaria de ver este animal com mais frequência nos pedigrees dos animais. É provado com 188,1 de PTA no sumário da ABCGIL/Embrapa e 270,5 no da ABCZ/Unesp.
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Outro reprodutor importante para a raça é o Gaiolão DC, touro que fez história na Estância Jasdan e na seleção do sr. João Feliciano Ribeiro em Paraopeba/MG que teve inicio nos anos 30. Gaiolão DC era filho do P.K. Bagyiar DC, touro POI filho do grande Pushpano Importado, sua mãe, Bermuda DC, por sua vez resgatava o sangue da Rúpia Importada, res que veio na importação de 62 pelo sr. Celso Garcia Cid, e da grande Virbay III, res maravilhosa que gerou o Virbay branco, touro que deixou muita coisa boa na Calcioândia, esta é uma linhagem que carrega consigo a história da raça no Brasil.
Sobre o touro, em minha opinião e analisando as fotos, Gaiolão DC era um touro de pelagem vermelha intensa, e passa isso para os filhos, não me lembro de ter visto nenhum animal desta linhagem sem a predominância desta pelagem, touro de ótimo tamanho, profundo, bom comprimento, garupa levemente escorrida, linha de dorso correta, aprumos corretos, umbigo poderia ser um pouco mais curto, cupim volumoso e bem inserido, pescoço de ótimo tamanho, saída de chifres poderia ser um pouco mais baixa, nada que o penalize, chifres chatos, porém grossos (tende a produzir animais com chifres mais grossos, mas se bem acasalado este problema é facilmente corrigido), orelhas de bom tamanho e gavionadas, marrafa correta e uma cabeça masculina e um pouco pesada, enfim é uma linhagem extremamente interessante, já que tem um pedigree aberto e produz animais muito mansos, esta é uma das principais marcas desta linhagem, produtivos, longevos e de ótima pelagem. É um touro provado no sumário da ABCZ/Unesp com PTA de 101,48 kg e gostaria de ver com mais frequência o Gaiolão DC em pedigrees de animais espalhados pelo país, é um touro que agrega leite a um temperamento extraordinário em animais bem caracterizados e com muita longevidade.
quarta-feira, 3 de agosto de 2011
Artigos: Freemartinismo em Bovinos
Neste pequeno artigo falaremos do Freemartinismo em bovinos, que apesar do nome pouco comum é um problema reprodutivo freqüente em todas as fazendas, trata-se de uma forma característica de intersexualidade resultante da gestação gemelar de fetos de sexos opostos, sendo assim a fêmea, em algumas regiões é chamada de vaca “maninha”, apresenta características de machos (pescoço e espáduas musculosos), pouco desenvolvimento do sistema mamário, clitóris avantajado, vagina em tamanho reduzido, ovários pouco desenvolvidos ou ausentes e hipoplasia dos cornos uterinos.
Para entender porque ocorre o freemartinismo precisamos antes comentar sobre o ambiente de uma gestação gemelar no útero de uma fêmea bovina. A circulação sanguínea no interior do sistema reprodutivo de uma vaca em gestação gemelar sofre anastomoses vasculares, de maneira simples é a união da circulação de um feto com a do outro feto, sendo assim há o intercâmbio de substâncias entre ambos os fetos, este é o cenário de uma gestação de dois embriões em um útero bovino.
Passado o conceito sobre a vascularização que ocorre em uma gestação gemelar em bovinos podemos discutir sobre o freemartinismo em si; este tipo de intersexualidade ocorre devido ao fato de que as gônadas masculinas se desenvolvem com mais rapidez do que as femininas, sendo assim começam a produzir di-hidrotestosterona que é responsável pelo desenvolvimento da genitália externa, através das anastomoses também são passados o MIF (fator inibidor dos ductos de Müller) e o TDF (fator de diferenciação testicular) responsáveis pela má formação do sistema reprodutivo da fêmea.
A fêmea Freemartim comumente é apartada como um dos melhores animais do rebanho graças ao seu maior porte e desenvolvimento, porém devido ao grau de má formação que o animal possui, este deve ser descartado já que é uma res incapaz de reproduzir; o macho apesar de não ter aparentemente nenhum defeito mais grave, na maioria das vezes apresenta testículos hipoplásicos e deve ser descartado. Sendo assim o freemartinismo é um problema de intersexualidade causada por um parto gemelar de animais de sexos opostos e que trás perdas econômicas e é freqüentemente observado em diversas fazendas, principalmente onde se faz o uso da IATF com a aplicação de eCG ou FSH para dar incrementar o resultado da técnica.
Bibliografia
GRUNERT, E; BIRGEL, E.H., VALE, W.G., BIRGEL JR, E.H. Patologia e Clínica da Reprodução dos Animais Mamíferos Domésticos. 2005
Casal de bezerros gêmeos, existe uma grande possibilidade de a fêmea ser infertil e/ou "maninha"
Para entender porque ocorre o freemartinismo precisamos antes comentar sobre o ambiente de uma gestação gemelar no útero de uma fêmea bovina. A circulação sanguínea no interior do sistema reprodutivo de uma vaca em gestação gemelar sofre anastomoses vasculares, de maneira simples é a união da circulação de um feto com a do outro feto, sendo assim há o intercâmbio de substâncias entre ambos os fetos, este é o cenário de uma gestação de dois embriões em um útero bovino.
Passado o conceito sobre a vascularização que ocorre em uma gestação gemelar em bovinos podemos discutir sobre o freemartinismo em si; este tipo de intersexualidade ocorre devido ao fato de que as gônadas masculinas se desenvolvem com mais rapidez do que as femininas, sendo assim começam a produzir di-hidrotestosterona que é responsável pelo desenvolvimento da genitália externa, através das anastomoses também são passados o MIF (fator inibidor dos ductos de Müller) e o TDF (fator de diferenciação testicular) responsáveis pela má formação do sistema reprodutivo da fêmea.
A fêmea Freemartim comumente é apartada como um dos melhores animais do rebanho graças ao seu maior porte e desenvolvimento, porém devido ao grau de má formação que o animal possui, este deve ser descartado já que é uma res incapaz de reproduzir; o macho apesar de não ter aparentemente nenhum defeito mais grave, na maioria das vezes apresenta testículos hipoplásicos e deve ser descartado. Sendo assim o freemartinismo é um problema de intersexualidade causada por um parto gemelar de animais de sexos opostos e que trás perdas econômicas e é freqüentemente observado em diversas fazendas, principalmente onde se faz o uso da IATF com a aplicação de eCG ou FSH para dar incrementar o resultado da técnica.
Bibliografia
GRUNERT, E; BIRGEL, E.H., VALE, W.G., BIRGEL JR, E.H. Patologia e Clínica da Reprodução dos Animais Mamíferos Domésticos. 2005
Casal de bezerros gêmeos, existe uma grande possibilidade de a fêmea ser infertil e/ou "maninha"
sexta-feira, 29 de julho de 2011
Decisões da Reunião Técnica ABCZ
Esta semana em Uberaba ocorreu uma reunião técnica da Associação Brasileira dos Criadores de Zebú para definir os rumos das raças zebuínas no país, porém o foco estava quase que totalmente virado para a raça Gir, sentados à mesa de discussão estavam juntos alguns criadores além do presidente da ABCGIL, Silvio Queiroz Pinheiro, e da ASSOGIR, José Sab Neto, para decidirem questões raciais e a situação do touro Êmulo dos Poções, que como já noticiado não é filho do Radar dos Poções como consta em seu registro.
Certamente a reunião deve ter sido acalorada, pois de um lado da mesa estava a ABCGIL representando o Gir Leiteiro e responsável por este aumento na procura da raça nestes últimos anos e uma associação que valoriza mais o leite no balde do que a caracterização racial dos animais, e do outro a ASSOGIR, que esta se reorganizando após passar anos sem muito destaque dentro da ABCZ e mesmo para a raça, mas que nos últimos meses tem ganhado força através de uma nova diretoria e com o crescimento da raça, é a associação mais voltada ao Gir Padrão e que valoriza as características raciais em primeiro lugar. A discussão se deu, pois o Gir tem conquistado muito do mercado, mas tem perdido a sua essência quanto aos quesitos raciais, o caso Curiosa DSIL desencadeou uma avalanche de pedidos da ASSOGIR para que houvesse um rigor maior da ABCZ para conceder registros a determinados animais, porém na reunião desta semana ficou decidido que não será mudado o estatuto que determina as características da raça, a meu ver foi a decisão correta, não que eu não seja favorável a animais mais caracterizados e estou de total acordo com o maior rigor da ABCZ para se buscar animais cada vez mais próximos do ideal da raça, porém vejo que o mercado é quem irá fazer esta seleção, hoje em dia é possível notar uma grande melhora nos animais nos pavilhões de exposição quando se falamos em caracterização, isto sem perder em produtividade, já que vemos recordes serem batidos uns atrás dos outros, portanto nada melhor que o mercado para nortear os rumos da raça. Outra definição da reunião foi a manutenção de duas pistas de julgamento, também achei correta a atitude, apesar de muito esvaziada a pista de Gir Dupla Aptidão seria muito prejudicial aos criadores deste tipo de animal concorrer contra seleções que foram em um rumo diferente na raça, acho que aos poucos sim é possível colocar animais Leiteiros em pista de Dupla Aptidão e vice-versa, mas de uma forma que não prejudique seleções que realizam sues trabalhos a anos.
Outro assunto que foi debatido na reunião e é de extrema importância para a raça é quanto ao touro Êmulo dos Poções quanto aos seus filhos e ao seu registro. Apenas uma pequena lembrança do caso, quando estourou o caso de falsificação do sêmen do Radar dos Poções foi realizado uma avaliação de seus filhos frente ao original e oficial perfil genomico do touro, porém um de seus mais famosos filhos, Êmulo dos Poções, foi atestado como não filho do Radar diferentemente do que constava no RGD, sendo assim filhos do Êmulo passaram a ter um avô desconhecido. Nesta semana a reunião decidiu com base na incerteza quanto ao verdadeiro pai do touro, passar o Êmulo dos Poções para a categoria LA, sendo assim todos os seus filhos perdem o status de PO e passam a ser LA2, a meu ver foi a atitude correta para solucionar a sinuca de bico em que a ABCZ e o MAPA se encontravam, não acho que o touro e seus filhos deixarão de ser melhores ou piores com esta atitude da ABCZ, mas certamente terão seus preços desvalorizados, uma pena para uma linhagem que conta com belos animais e espero que não se perca com este terrível caso, o único jeito de reverter este quadro é se for descoberto o verdadeiro para do Êmulo. Outro aspecto importante é quanto ao PTA do “antigo” pai do Êmulo, Radar dos Poções, no sumário da ABCZ/Embrapa, é certo que com a ajuda de seu mais famoso “filho” o Radar alcançou a posição de destaque em que se encontra, será necessário fazer uma reavaliação e reposicionar o touro, é esperar para ver aonde ele irá se colocar.
Mustang FIV Badajós, ótimo filho do Êmulo e participante do Teste de Progênie e que pela nova decisão passa a ser LA2, ao que tudo indica e estou de olho nas notificações da ABCZ, somente touros em TP poderão ser LA2.
Certamente a reunião deve ter sido acalorada, pois de um lado da mesa estava a ABCGIL representando o Gir Leiteiro e responsável por este aumento na procura da raça nestes últimos anos e uma associação que valoriza mais o leite no balde do que a caracterização racial dos animais, e do outro a ASSOGIR, que esta se reorganizando após passar anos sem muito destaque dentro da ABCZ e mesmo para a raça, mas que nos últimos meses tem ganhado força através de uma nova diretoria e com o crescimento da raça, é a associação mais voltada ao Gir Padrão e que valoriza as características raciais em primeiro lugar. A discussão se deu, pois o Gir tem conquistado muito do mercado, mas tem perdido a sua essência quanto aos quesitos raciais, o caso Curiosa DSIL desencadeou uma avalanche de pedidos da ASSOGIR para que houvesse um rigor maior da ABCZ para conceder registros a determinados animais, porém na reunião desta semana ficou decidido que não será mudado o estatuto que determina as características da raça, a meu ver foi a decisão correta, não que eu não seja favorável a animais mais caracterizados e estou de total acordo com o maior rigor da ABCZ para se buscar animais cada vez mais próximos do ideal da raça, porém vejo que o mercado é quem irá fazer esta seleção, hoje em dia é possível notar uma grande melhora nos animais nos pavilhões de exposição quando se falamos em caracterização, isto sem perder em produtividade, já que vemos recordes serem batidos uns atrás dos outros, portanto nada melhor que o mercado para nortear os rumos da raça. Outra definição da reunião foi a manutenção de duas pistas de julgamento, também achei correta a atitude, apesar de muito esvaziada a pista de Gir Dupla Aptidão seria muito prejudicial aos criadores deste tipo de animal concorrer contra seleções que foram em um rumo diferente na raça, acho que aos poucos sim é possível colocar animais Leiteiros em pista de Dupla Aptidão e vice-versa, mas de uma forma que não prejudique seleções que realizam sues trabalhos a anos.
Outro assunto que foi debatido na reunião e é de extrema importância para a raça é quanto ao touro Êmulo dos Poções quanto aos seus filhos e ao seu registro. Apenas uma pequena lembrança do caso, quando estourou o caso de falsificação do sêmen do Radar dos Poções foi realizado uma avaliação de seus filhos frente ao original e oficial perfil genomico do touro, porém um de seus mais famosos filhos, Êmulo dos Poções, foi atestado como não filho do Radar diferentemente do que constava no RGD, sendo assim filhos do Êmulo passaram a ter um avô desconhecido. Nesta semana a reunião decidiu com base na incerteza quanto ao verdadeiro pai do touro, passar o Êmulo dos Poções para a categoria LA, sendo assim todos os seus filhos perdem o status de PO e passam a ser LA2, a meu ver foi a atitude correta para solucionar a sinuca de bico em que a ABCZ e o MAPA se encontravam, não acho que o touro e seus filhos deixarão de ser melhores ou piores com esta atitude da ABCZ, mas certamente terão seus preços desvalorizados, uma pena para uma linhagem que conta com belos animais e espero que não se perca com este terrível caso, o único jeito de reverter este quadro é se for descoberto o verdadeiro para do Êmulo. Outro aspecto importante é quanto ao PTA do “antigo” pai do Êmulo, Radar dos Poções, no sumário da ABCZ/Embrapa, é certo que com a ajuda de seu mais famoso “filho” o Radar alcançou a posição de destaque em que se encontra, será necessário fazer uma reavaliação e reposicionar o touro, é esperar para ver aonde ele irá se colocar.
Mustang FIV Badajós, ótimo filho do Êmulo e participante do Teste de Progênie e que pela nova decisão passa a ser LA2, ao que tudo indica e estou de olho nas notificações da ABCZ, somente touros em TP poderão ser LA2.
segunda-feira, 25 de julho de 2011
Visita à Rio Vale
No dia 17 deste mês tive o prazer de visitar a Rio Vale Agronegócios em Porangaba/SP, fazenda selecionadora de Gir Leiteiro de propriedade do Carlão da Publique. Durante todo o dia pude ver animais de ótima qualidade, mostrando o belíssimo trabalho que o Carlão vem realizando a frente da Rio Vale, animais de boa caracterização e muito leite no balde, destaque para as filhas da Ancona TE Taj, uma das melhores filhas do CA Guri que eu já vi, em vaca Dalton TE Pati Cal, res grande, raçuda, muito leiteira e fértil demais, deixando diversos produtos na fazenda. Outra res que chama a atenção é a Estirpe TE Silvânia, excelente filha do Efalc Paraiso Cajú com a Unidade TE Silvânia, uma irmã completa do Uranio TE Silvânia, portanto CA Sansão na Juju, muito leite e úberes corretos, acasalamento que muito me agradou pelo fato de Paraiso Cajú acertar os problemas de úbere do Sansão, e por sua vez Sansão dar mais persistência a lactação. Uma matriz que chama a atenção por seus filhos na fazenda Rio Vale é a Venus TE Silvânia, filha do Dalton TE Pati Cal com Escada, irmã paterna da FB Nefrita, portanto filha do SC Omega Faizão, Venus é um show de res e seus filhos estão na cabeceira do plantel da Rio Vale. Agora é impossível visitar a Rio Vale e não se apaixonar por Enita dos Poções, res já bem erada, com cerca de 19 anos, mas que ainda continua produtiva, raçuda demais e une o leite e caracterização de duas seleções importantes para a raça, Poções através de seu pai Radar e VR através de sua mãe que é fechada na seleção do sr. Torres Lincon.
Durante o almoço fui muito bem recebido pelo Carlão e sua família, onde foi possível comer um delicioso churrasco comandado pelo próprio Carlão. Certamente a visita a Rio Vale Agronegócios foi um belíssimo dia cercado de vaca Gir, boas conversas e uma ótima recepção.
Reportagem
Site Rio Vale
Durante o almoço fui muito bem recebido pelo Carlão e sua família, onde foi possível comer um delicioso churrasco comandado pelo próprio Carlão. Certamente a visita a Rio Vale Agronegócios foi um belíssimo dia cercado de vaca Gir, boas conversas e uma ótima recepção.
Reportagem
Site Rio Vale
quarta-feira, 20 de julho de 2011
Os Rumos do Gir
Muito se discute os rumos que o Gir deve tomar nestes últimos anos, com o trabalho realizado em cima do Gir Leiteiro, a raça ganhou destaque no cenário nacional e internacional, se tornando uma das melhores alternativas para a produção de leite em regiões tropicais, com lactações assustadoras, concursos leiteiros com produções altíssimas, dois testes de progênie realizados com aval da EMBRAPA (mais um terá seu primeiro resultado divulgado ano que vem, o da GirGoiás) e muito marketing competente como arma principal, fez com que o Gir tivesse uma grande procura, tirando a raça do esquecimento em que se encontrava na pecuária nacional.
Porém os criadores de Gir Padrão - não gosto de dividir a raça nestas nomenclaturas, mas a ABCZ o faz e possuem pistas e julgamentos diferentes - relutam em aceitar alguns animais Gir Leiteiro devido a problemas de caracterização que não se enquadram na raça, infelizmente foi travada uma guerra entre as duas vertentes tendo o seu ápice no caso “Curiosa DSIL”, res que ganhou o torneio leiteiro na exposição de Goiás, mas que para alguns criadores não poderia ser registrada como Gir, isto fez com que a ABCZ exigisse mais para emitir o registro definitivo dos animais (RGD). Coincidência ou não, hoje é possível passear pelos pavilhões das exposições, onde em sua grande maioria a predomínio da raça Gir, e ver belos animais, com belos sistemas mamários e ótima caracterização racial, pode ser um novo caminho que a raça esta trilhando, não somente voltado para o leite nem ao extremo de só caracterização, ao meu ver o mercado esta selecionando este tipo de animal.
Um dos responsáveis por esta mudança de rumo do Gir é o touro Radar dos Poções (podemos citar outros também como Nobre TE da Cal, CA Paladino e Teatro da Silvânia), touro que teve seu sêmen envolvido em caso de polícia devido à falsificação, mas que hoje ainda continua valorizado e seus descendentes alcançando destaque no cenário nacional, Radar é um touro que apesar de muitos defeitos, acerta muita coisa em caracterização em seus filhos, assim como os outros três touros citados acima e alguns outros bons reprodutores que não devem em caracterização e produção de leite, portanto o Gir esta tomando o rumo do animal com ótimo tipo leiteiro, com ótima saída de chifres, côncavos, orelhas gavionadas e de bom tamanho, enfim, um animal que enche os olhos e o balde.
Boemia das Paineiras - res caracterizada e leiteira
Porém os criadores de Gir Padrão - não gosto de dividir a raça nestas nomenclaturas, mas a ABCZ o faz e possuem pistas e julgamentos diferentes - relutam em aceitar alguns animais Gir Leiteiro devido a problemas de caracterização que não se enquadram na raça, infelizmente foi travada uma guerra entre as duas vertentes tendo o seu ápice no caso “Curiosa DSIL”, res que ganhou o torneio leiteiro na exposição de Goiás, mas que para alguns criadores não poderia ser registrada como Gir, isto fez com que a ABCZ exigisse mais para emitir o registro definitivo dos animais (RGD). Coincidência ou não, hoje é possível passear pelos pavilhões das exposições, onde em sua grande maioria a predomínio da raça Gir, e ver belos animais, com belos sistemas mamários e ótima caracterização racial, pode ser um novo caminho que a raça esta trilhando, não somente voltado para o leite nem ao extremo de só caracterização, ao meu ver o mercado esta selecionando este tipo de animal.
Um dos responsáveis por esta mudança de rumo do Gir é o touro Radar dos Poções (podemos citar outros também como Nobre TE da Cal, CA Paladino e Teatro da Silvânia), touro que teve seu sêmen envolvido em caso de polícia devido à falsificação, mas que hoje ainda continua valorizado e seus descendentes alcançando destaque no cenário nacional, Radar é um touro que apesar de muitos defeitos, acerta muita coisa em caracterização em seus filhos, assim como os outros três touros citados acima e alguns outros bons reprodutores que não devem em caracterização e produção de leite, portanto o Gir esta tomando o rumo do animal com ótimo tipo leiteiro, com ótima saída de chifres, côncavos, orelhas gavionadas e de bom tamanho, enfim, um animal que enche os olhos e o balde.
Boemia das Paineiras - res caracterizada e leiteira
quinta-feira, 14 de julho de 2011
Touros Antigos: CA Preludio e Cajú de Brasília
Continuando o comentário sobre os touros antigos iremos falar sobre o CA Prelúdio, importante touro da seleção Campo Alegre e pai do grande pilar da raça, CA Everest. CA Preludio é filho do Naidu Importado, um dos touros mais leiteiros vindo na importação de 62, com Fartura. Da linhagem do CA Prelúdio vieram animais de destaque absoluto na raça como o já citado CA Everest e toda a sua família que contém nada menos que CA Sansão, Nobre e outros ícones da raça.
Usando a imagem para comentar sobre o animal, em minha opinião, CA Preludio era um touro de bom porte, ótima profundidade, comprimento normal, poderia ser mais comprido, mas nada que o condene, linha de dorso um pouco selada, garupa levemente escorrida, aprumos parecem corretos, cupim de bom tamanho e bem inserido, tomba um pouco, deve ter tombado mais com a idade, pescoço de tamanho razoável, umbigo corrigido, saída de chifres um pouco alta com chifres redondos e de grossura mediana, orelhas de bom tamanho e levemente gavionadas, cabeça masculina e leve. Certamente CA Preludio foi um touro que agregou muito leite à raça, seus filhos e netos são prova disto, era um touro que deixava a desejar no quesito racial, mas compensava com sobra na hora da ordenha, se tornando um dos grandes pilares da raça e seu filho mais famoso é o símbolo do Gir Leiteiro de hoje em dia.
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Cajú de Brasília, em minha opinião, foi um dos melhores touros nascidos na fazenda Brasília e da seleção do sr. Rubens Perez, deste grande reprodutor filho do grande Vale Ouro de Brasília com a Salina de Brasília, res que vai a Darlan de Brasília. Da linhagem Cajú de Brasília saiu uma das melhores matrizes da raça e certamente uma das reses mais admiradas por todos, Profana de Brasília, vaca que alcançou os incríveis 17.182 kg de leite, além de conquistar diversos prêmios em pistas por todo pais, além da grande Profana, outros filhos de destaque do Cajú são o Modelo de Brasília, pai da recordista absoluta Setiba de Brasília, e o Efalc Paraíso Cajú, animais que mostram a capacidade produtiva da linhagem Cajú, o credenciando a entrar no hall dos grandes do Gir Leiteiro.
Avaliando a foto, o que não é o ideal, acho o Cajú de Brasília um touro de porte mais baixo, seu pai Vale Ouro de Brasília era um touro de porte pequeno, ótimo arqueamento de costelas, comprimento bom, garupa um pouco escorrida, aprumos me parecem corretos, umbigo poderia ser mais curto, cupim de bom tamanho e bem inserido, pescoço de tamanho razoável, saída de chifres razoável, chifres finos e chatos, porém virados para cima, orelhas de bom tamanho e pouco gavionadas, marrafa correta e uma cabeça leve e masculina. Cajú de Brasília prima por acertar bem o sistema mamário, suas filhas possuem úberes com ligamentos fortes, tetos finos e de bom tamanho, equilibrados e largos. Além de todos os benefícios citados acima, Cajú de Brasília ainda é provado e bem nos dois sumários, se colocando em 13º na ABCZ/Unesp com 613 kg de PTA e em 35º com 297 kg no sumário da ABCGIL/Embrapa, sendo bem acasalado é touro para se usar e muito, assim como os seus filhos.
Usando a imagem para comentar sobre o animal, em minha opinião, CA Preludio era um touro de bom porte, ótima profundidade, comprimento normal, poderia ser mais comprido, mas nada que o condene, linha de dorso um pouco selada, garupa levemente escorrida, aprumos parecem corretos, cupim de bom tamanho e bem inserido, tomba um pouco, deve ter tombado mais com a idade, pescoço de tamanho razoável, umbigo corrigido, saída de chifres um pouco alta com chifres redondos e de grossura mediana, orelhas de bom tamanho e levemente gavionadas, cabeça masculina e leve. Certamente CA Preludio foi um touro que agregou muito leite à raça, seus filhos e netos são prova disto, era um touro que deixava a desejar no quesito racial, mas compensava com sobra na hora da ordenha, se tornando um dos grandes pilares da raça e seu filho mais famoso é o símbolo do Gir Leiteiro de hoje em dia.
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Cajú de Brasília, em minha opinião, foi um dos melhores touros nascidos na fazenda Brasília e da seleção do sr. Rubens Perez, deste grande reprodutor filho do grande Vale Ouro de Brasília com a Salina de Brasília, res que vai a Darlan de Brasília. Da linhagem Cajú de Brasília saiu uma das melhores matrizes da raça e certamente uma das reses mais admiradas por todos, Profana de Brasília, vaca que alcançou os incríveis 17.182 kg de leite, além de conquistar diversos prêmios em pistas por todo pais, além da grande Profana, outros filhos de destaque do Cajú são o Modelo de Brasília, pai da recordista absoluta Setiba de Brasília, e o Efalc Paraíso Cajú, animais que mostram a capacidade produtiva da linhagem Cajú, o credenciando a entrar no hall dos grandes do Gir Leiteiro.
Avaliando a foto, o que não é o ideal, acho o Cajú de Brasília um touro de porte mais baixo, seu pai Vale Ouro de Brasília era um touro de porte pequeno, ótimo arqueamento de costelas, comprimento bom, garupa um pouco escorrida, aprumos me parecem corretos, umbigo poderia ser mais curto, cupim de bom tamanho e bem inserido, pescoço de tamanho razoável, saída de chifres razoável, chifres finos e chatos, porém virados para cima, orelhas de bom tamanho e pouco gavionadas, marrafa correta e uma cabeça leve e masculina. Cajú de Brasília prima por acertar bem o sistema mamário, suas filhas possuem úberes com ligamentos fortes, tetos finos e de bom tamanho, equilibrados e largos. Além de todos os benefícios citados acima, Cajú de Brasília ainda é provado e bem nos dois sumários, se colocando em 13º na ABCZ/Unesp com 613 kg de PTA e em 35º com 297 kg no sumário da ABCGIL/Embrapa, sendo bem acasalado é touro para se usar e muito, assim como os seus filhos.
quinta-feira, 7 de julho de 2011
Nova Sede da ABCGIL
Começou a poucos dias a construção do stand permanente da Associação Brasileira dos Criadores de Gir Leiteiro – ABCGIL dentro do Parque de Exposições Fernando Costa em Uberaba/MG, a obra terá os seus bancada pelos sócios e foi votada na reunião realizada durante a Expozebú. Esta construção marca mais uma conquista da ABCGIL que vem crescendo a cada ano e mostrando a sua força dentro da ABCZ e a sua capacidade de arrecadar sócios e sucessos em pouco tempo, isto devido à administração competente do presidente Silvio Queiroz Pinheiro a frente da associação.
quinta-feira, 30 de junho de 2011
Final do Torneio Leiteiro - Megaleite
Agora a pouco terminou o torneio leiteiro da 13ª Exposição do Gir Leiteiro - Megaleite com mais um recorde quebrado na raça, desta vez na categoria Vaca Jovem, já que a Via FIV JMMA (CA Sansão x Solução TE Brasília) de propriedade do Sr. José Mario Abdo de Alexandria no estado de Goiás alcançou a incrível marca de 148,10 kg com média diária de 49,393kg, ficando muito próxima dos 49,676 kg diários alcançados pela Quimbanda Cal. Além de ganhar na sua categoria, Via FIV JMMA também se tornou a grande campeã do torneio leiteiro da Megaleite, deixando a campeã Vaca Adulta, Shiva TE Cal (Radar dos Poções x Loteria Cal), em segundo lugar com produção total de 146,00 kg e média de 48,933kg por dia.
Outro dado interessante é que o CA Sansão fez pelo segundo ano consecutivo a Grande Campeã do torneio leiteiro durante a Megaleite, ano passado a Fita FIV F. Mutum (CA Sansão x Dengosa F. Mutum) abocanhou o primeiro lugar.
Foto: EMBRIOTEC
Outro dado interessante é que o CA Sansão fez pelo segundo ano consecutivo a Grande Campeã do torneio leiteiro durante a Megaleite, ano passado a Fita FIV F. Mutum (CA Sansão x Dengosa F. Mutum) abocanhou o primeiro lugar.
Foto: EMBRIOTEC
segunda-feira, 27 de junho de 2011
Na Hora de Escolher os Touros
Nesta época de inverno é preciso preparar os animais para o inicio da estação de monta (EM) que se aproxima, agora é a hora de selecionar os reprodutores, descartar os que não serão usados e adquirir novos touros para que tenham tempo de adaptação adequado na nova propriedade. A escolha de um reprodutor é um ponto importante na pecuária, devemos lembrar que um touro deixa diversos filhos em uma propriedade durante o ano, sendo assim alguns pontos devem ser levados em conta na escolha do animal a ser usado.
1º - Genética Diferenciada: é importante que o reprodutor agregue ao rebanho, isto é, que ele traga benefícios à seleção, seja ela voltada para leite ou carne.
2º - Refrescamento de Sangue: usar um animal que tenha genealogia nova na propriedade, que cause um choque para buscar o máximo no refrescamento do sangue do rebanho.
3º - Escolher Animais Sadios: o animal deve acompanhar as matrizes e conseguir cobrir ao menos 25 matrizes em seu lote, para isto é importante que o animal esteja sempre sadio e saudável.
4º - Fazer Exame Andrológico Periodicamente: o touro precisa passar por um exame andrológico completo onde são avaliadas a qualidade e a quantidade de defeitos espermáticos antes da compra e de entrada do animal em estação de monta, o exame serve para avaliar a capacidade deste reprodutor em deixar descendentes, por isso além da qualidade espermática também devem ser avaliadas as características externas e internas, como aprumos, glândulas acessórias, testículos, circunferência escrotal (CE), etc.
5º - Fazer Uso Racional do Animal: é importante propiciar a melhor condição possível para o reprodutor desempenhar o seu papel no rebanho, sendo assim deve-se atentar para condições de manejo como alimento oferecido, mineralização completa e de boa qualidade, condições de terreno (touro não cobre vacas em local onde ele não se sente seguro para montar), água de boa qualidade. O reprodutor deve estar sempre saudável e em bom estado para seguir as matrizes, não pode estar nem muito gordo, pois é perigoso machucar as reses, nem muito magro sem condições de andar atrás das matrizes em cio.
A escolha e uso racional de reprodutores estão intimamente ligados com o sucesso e crescimento da propriedade, basta dizer que o ganho genético com o uso de touros melhoradores pode ser sentido rapidamente com a desmana de animais mais pesados ou filhas mais leiteiras. Juntamente com as novas técnicas de reprodução como IATF, TE e FIV é possível usar touros melhoradores de forma otimizada e buscando grandes ganhos para o rebanho, por isto escolher bem e avaliar com a ajuda de exames realizados por veterinários sérios é a melhor forma de aproveitar ao máximo o uso da monta natural.
1º - Genética Diferenciada: é importante que o reprodutor agregue ao rebanho, isto é, que ele traga benefícios à seleção, seja ela voltada para leite ou carne.
2º - Refrescamento de Sangue: usar um animal que tenha genealogia nova na propriedade, que cause um choque para buscar o máximo no refrescamento do sangue do rebanho.
3º - Escolher Animais Sadios: o animal deve acompanhar as matrizes e conseguir cobrir ao menos 25 matrizes em seu lote, para isto é importante que o animal esteja sempre sadio e saudável.
4º - Fazer Exame Andrológico Periodicamente: o touro precisa passar por um exame andrológico completo onde são avaliadas a qualidade e a quantidade de defeitos espermáticos antes da compra e de entrada do animal em estação de monta, o exame serve para avaliar a capacidade deste reprodutor em deixar descendentes, por isso além da qualidade espermática também devem ser avaliadas as características externas e internas, como aprumos, glândulas acessórias, testículos, circunferência escrotal (CE), etc.
5º - Fazer Uso Racional do Animal: é importante propiciar a melhor condição possível para o reprodutor desempenhar o seu papel no rebanho, sendo assim deve-se atentar para condições de manejo como alimento oferecido, mineralização completa e de boa qualidade, condições de terreno (touro não cobre vacas em local onde ele não se sente seguro para montar), água de boa qualidade. O reprodutor deve estar sempre saudável e em bom estado para seguir as matrizes, não pode estar nem muito gordo, pois é perigoso machucar as reses, nem muito magro sem condições de andar atrás das matrizes em cio.
A escolha e uso racional de reprodutores estão intimamente ligados com o sucesso e crescimento da propriedade, basta dizer que o ganho genético com o uso de touros melhoradores pode ser sentido rapidamente com a desmana de animais mais pesados ou filhas mais leiteiras. Juntamente com as novas técnicas de reprodução como IATF, TE e FIV é possível usar touros melhoradores de forma otimizada e buscando grandes ganhos para o rebanho, por isto escolher bem e avaliar com a ajuda de exames realizados por veterinários sérios é a melhor forma de aproveitar ao máximo o uso da monta natural.
segunda-feira, 20 de junho de 2011
Touros Antigos: SC Uaçai Jaguar e Espantoso
Continuando a destacar os touros do passado que contribuíram para a raça Gir alcançar os patamares de hoje, comentarei sobre o touro S. C. Uaçai Jaguar, certamente um dos melhores representantes da família do Jaguar 3R de Uberaba, seu pai Jaguar 3R foi um dos principais animais da seleção do senhor Randolpho e sua mãe SC Maloca Caxangá é filha do CA Cachimbo, sendo assim SC Uaçai Jaguar traz consigo o sangue do Naidu Importado, um dos mais leiteiros animais vindos na importação de 62, muito leite sem deixar a caracterização de lado.
Sobre o animal, em minha opinião e analisando as fotos que temos nos dias de hoje, SC Uaçai Jaguar era um touro de porte mediano, bom comprimento, boa profundidade, escorria um pouco de garupa, linha de dorso muito boa, umbigo de tamanho razoável, cupim de bom tamanho, mas parece tombado, saída de chifres muito boa, com chifres redondos, de grossura mediana, orelhas de bom tamanho e gavionadas, enfim, um touro com bom racial e um pedigree muito leiteiro. Touro que esta na posição número 90 no sumário da ABCZ/Unesp com 322.12 de PTA e em 88º no da Embrapa/ABCGil com 153.8, seus filhos são destaques absolutos nos dias de hoje como exemplo temos o Jaguar TE do Gavião (SC Uaçai Jaguar x Umidade da Cal) e Dengosa TE F. Mutum (SC Uaçai Jaguar x Garça HP), dois animais que provam a qualidade da família deste grande patriarca, mostrando muita caracterização e produção, sem dúvida nenhuma, SC Uaçai Jaguar é um dos grandes touros da raça.
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Próximo touro a ser comentado é o Espantoso, touro que traz sangue dos grandes animais da importação de 62 de Celso Garcia Cid, já que é filho K.S.Pushpa Virbay DC, touro que traz em sua genealogia animais como Krishina Imp. e a espetacular Sakina Imp., por ai já dá para ver a história que este touro carrega em seu pedigree, mas não para por ai, já que foi um dos primeiros animais adquiridos pelo Dr. Souto da Agropastoril dos Poções e certamente um dos touros que mais alegrias trouxe a este importante selecionador da raça. Conta a história que o após comprar algumas terras o Dr. Souto foi se consultar com o amigo Dr. Gabriel Donato de Andrade, este o aconselhou a criar Gir e vendeu ao amigo além do Espantoso outras vinte e seis novilhas, assim começou uma das mais ricas seleções da raça e que muito contribuiu para o Gir que hoje é reverenciado muito afora.
Sobre o animal em si, em minha opinião, Espantoso era um touro de boa profundidade, um pouco curto, umbigo um pouco pesado, ótima circunferência escrotal, boa garupa, ótima linda de dorso, aprumos um pouco curvos, mas não dá para saber se é da foto ou do animal, cupim de bom tamanho e bem posicionado, saída de chifres boa, com chifres chatos e um pouco grossos, orelhas bem gavionadas e de bom tamanho, enfim um ótimo reprodutor com muita história dentro da raça. Dos seus filhos dois merecem destaque absoluto, são eles o Major dos Poções, touro que conta com Espantoso na linha alta e baixa, e o grande Teatro da Silvânia, símbolo da seleção do Eduardo Falcão e que une a genética do Espantoso com a grande Efalc Nata Lageado, além de outros animais como o Andaka dos Poções que é filho da Paquera dos Poções (mãe do Major TE dos Poções) que é neto deste grande reprodutor. Espantoso esta com 151.81 no sumário da ABCZ/Unesp e certamente é um touro que contribuiu muito para a raça e hoje sua genética esta espalhada na grande maioria das fazendas do país.
Sobre o animal, em minha opinião e analisando as fotos que temos nos dias de hoje, SC Uaçai Jaguar era um touro de porte mediano, bom comprimento, boa profundidade, escorria um pouco de garupa, linha de dorso muito boa, umbigo de tamanho razoável, cupim de bom tamanho, mas parece tombado, saída de chifres muito boa, com chifres redondos, de grossura mediana, orelhas de bom tamanho e gavionadas, enfim, um touro com bom racial e um pedigree muito leiteiro. Touro que esta na posição número 90 no sumário da ABCZ/Unesp com 322.12 de PTA e em 88º no da Embrapa/ABCGil com 153.8, seus filhos são destaques absolutos nos dias de hoje como exemplo temos o Jaguar TE do Gavião (SC Uaçai Jaguar x Umidade da Cal) e Dengosa TE F. Mutum (SC Uaçai Jaguar x Garça HP), dois animais que provam a qualidade da família deste grande patriarca, mostrando muita caracterização e produção, sem dúvida nenhuma, SC Uaçai Jaguar é um dos grandes touros da raça.
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Próximo touro a ser comentado é o Espantoso, touro que traz sangue dos grandes animais da importação de 62 de Celso Garcia Cid, já que é filho K.S.Pushpa Virbay DC, touro que traz em sua genealogia animais como Krishina Imp. e a espetacular Sakina Imp., por ai já dá para ver a história que este touro carrega em seu pedigree, mas não para por ai, já que foi um dos primeiros animais adquiridos pelo Dr. Souto da Agropastoril dos Poções e certamente um dos touros que mais alegrias trouxe a este importante selecionador da raça. Conta a história que o após comprar algumas terras o Dr. Souto foi se consultar com o amigo Dr. Gabriel Donato de Andrade, este o aconselhou a criar Gir e vendeu ao amigo além do Espantoso outras vinte e seis novilhas, assim começou uma das mais ricas seleções da raça e que muito contribuiu para o Gir que hoje é reverenciado muito afora.
Sobre o animal em si, em minha opinião, Espantoso era um touro de boa profundidade, um pouco curto, umbigo um pouco pesado, ótima circunferência escrotal, boa garupa, ótima linda de dorso, aprumos um pouco curvos, mas não dá para saber se é da foto ou do animal, cupim de bom tamanho e bem posicionado, saída de chifres boa, com chifres chatos e um pouco grossos, orelhas bem gavionadas e de bom tamanho, enfim um ótimo reprodutor com muita história dentro da raça. Dos seus filhos dois merecem destaque absoluto, são eles o Major dos Poções, touro que conta com Espantoso na linha alta e baixa, e o grande Teatro da Silvânia, símbolo da seleção do Eduardo Falcão e que une a genética do Espantoso com a grande Efalc Nata Lageado, além de outros animais como o Andaka dos Poções que é filho da Paquera dos Poções (mãe do Major TE dos Poções) que é neto deste grande reprodutor. Espantoso esta com 151.81 no sumário da ABCZ/Unesp e certamente é um touro que contribuiu muito para a raça e hoje sua genética esta espalhada na grande maioria das fazendas do país.
segunda-feira, 13 de junho de 2011
Uso da Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF)
A inseminação artificial é uma das tecnologias da reprodução mais simples de ser implantada em uma propriedade, teve seu início na década de 50 nos Estados Unidos e chegou ao Brasil por volta dos anos 60 com controle do Ministério da Agricultura, e em 1970 esta tecnologia foi passada à iniciativa privada, surgindo assim as centrais de venda de sêmen. Neste cenário, a inseminação esbarrou na falta de informação dos criadores e da má formação da mão-de-obra o que limitou o seu crescimento, hoje no Brasil estimasse que não são inseminadas nem 5% das fêmeas aptas à reprodução, se compararmos a países europeus e aos EUA e Canadá que inseminam mais de 75% de suas fêmeas podemos ver que temos um longo caminho a ser percorrido.
Um dos gargalos que atrapalham o emprego da inseminação artificial é a observação de cio, esta seguramente é uma das causas pelo seu baixo uso na pecuária nacional, quem já observou cio de um rebanho grande sabe das dificuldades deste manejo, preconiza-se observar cio durante uma hora na parte da manhã e mais uma ao final do dia, porém se estiver frio, chovendo ou em terreno acidentado a res pode não demonstrar cio, o zebú tem um cio mais curto (cerca de 12 hrs) que as raças européias podendo muitas vezes iniciar e terminar o cio durante o período em que não há ninguém próximo, sendo assim passa ao menos mais 20 dias sem produzir, erros na observação de cio também são freqüentes, enfim a inseminação artificial convencional esbarra em alguns problemas para sua maior difusão.
A Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF) elimina alguns dos gargalos a IA comum, pois elimina a observação de cio já que através do uso de hormônios normais ao ciclo estral das matrizes conseguimos programar a hora correta da ovulação e inseminar um grande número de fêmeas ao mesmo tempo com a vantagem de também sincronizarmos a data de parição, principalmente para a época onde a venda do leite seja mais favorável, porém alguns aspectos devem ser observados para o uso desta técnica:
1º - usar animais com bom estado corporal: a res para emprenhar precisa ter uma certa camada de gordura, animais muito magros não emprenham por não ter gordura e muito gordos são mais difíceis, pois a gordura fica em torno do ovário dificultando a captação dos óvulos.
2º - uso de mão-de-obra especializada: a IATF necessita funcionários que sigam as aplicações nos horários determinados, sejam organizados e familiarizados com a inseminação de bovinos.
3º - boa estrutura para manejo: bons troncos, bretes e currais.
4º - não usar em animais com menos de 40 dias após a parição.
5º - cuidado com novilhas zebú: implantes intravaginais novos não são indicados para usar em novilhas, pois eles bloqueiam demais o ciclo estral do animal e não sincroniza corretamente, o mais indicado é utilizar o intra-auricular (Crestar®) usado.
6º - muita higiene: principalmente se utilizar o intravaginal, se introduzir sujeira na vaginal do animal pode dar uma infecção séria.
Estes são alguns detalhes que podem levar ao sucesso da IATF, emprenhar cerca de 50% dos animais na primeira inseminação, outro aspecto importante é a qualidade do sêmen, muitos programas dão errado por causa do sêmen, principalmente por problema de armazenamento; sêmen sexado ainda precisa de um protocolo acertado já que os espermatozóides já passaram por alguns processos e podem estar mais maturados, certamente no futuro teremos um programa certo para ser utilizado com este tipo de sêmen.
O importante de cada técnica é emprenhar o máximo de animais possíveis com o maior ganho genético e com um custo que caiba no orçamento do criador esta é a meta de qualquer tecnologia na área de reprodução.
Matrizes Nelore a espera para serem inseminadas todas no mesmo dia.
Um dos gargalos que atrapalham o emprego da inseminação artificial é a observação de cio, esta seguramente é uma das causas pelo seu baixo uso na pecuária nacional, quem já observou cio de um rebanho grande sabe das dificuldades deste manejo, preconiza-se observar cio durante uma hora na parte da manhã e mais uma ao final do dia, porém se estiver frio, chovendo ou em terreno acidentado a res pode não demonstrar cio, o zebú tem um cio mais curto (cerca de 12 hrs) que as raças européias podendo muitas vezes iniciar e terminar o cio durante o período em que não há ninguém próximo, sendo assim passa ao menos mais 20 dias sem produzir, erros na observação de cio também são freqüentes, enfim a inseminação artificial convencional esbarra em alguns problemas para sua maior difusão.
A Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF) elimina alguns dos gargalos a IA comum, pois elimina a observação de cio já que através do uso de hormônios normais ao ciclo estral das matrizes conseguimos programar a hora correta da ovulação e inseminar um grande número de fêmeas ao mesmo tempo com a vantagem de também sincronizarmos a data de parição, principalmente para a época onde a venda do leite seja mais favorável, porém alguns aspectos devem ser observados para o uso desta técnica:
1º - usar animais com bom estado corporal: a res para emprenhar precisa ter uma certa camada de gordura, animais muito magros não emprenham por não ter gordura e muito gordos são mais difíceis, pois a gordura fica em torno do ovário dificultando a captação dos óvulos.
2º - uso de mão-de-obra especializada: a IATF necessita funcionários que sigam as aplicações nos horários determinados, sejam organizados e familiarizados com a inseminação de bovinos.
3º - boa estrutura para manejo: bons troncos, bretes e currais.
4º - não usar em animais com menos de 40 dias após a parição.
5º - cuidado com novilhas zebú: implantes intravaginais novos não são indicados para usar em novilhas, pois eles bloqueiam demais o ciclo estral do animal e não sincroniza corretamente, o mais indicado é utilizar o intra-auricular (Crestar®) usado.
6º - muita higiene: principalmente se utilizar o intravaginal, se introduzir sujeira na vaginal do animal pode dar uma infecção séria.
Estes são alguns detalhes que podem levar ao sucesso da IATF, emprenhar cerca de 50% dos animais na primeira inseminação, outro aspecto importante é a qualidade do sêmen, muitos programas dão errado por causa do sêmen, principalmente por problema de armazenamento; sêmen sexado ainda precisa de um protocolo acertado já que os espermatozóides já passaram por alguns processos e podem estar mais maturados, certamente no futuro teremos um programa certo para ser utilizado com este tipo de sêmen.
O importante de cada técnica é emprenhar o máximo de animais possíveis com o maior ganho genético e com um custo que caiba no orçamento do criador esta é a meta de qualquer tecnologia na área de reprodução.
Matrizes Nelore a espera para serem inseminadas todas no mesmo dia.
segunda-feira, 6 de junho de 2011
Touros Antigos: Vale Ouro de Brasília e Fantoche de Brasília
Quando foi postado aqui no blog a avaliação dos touros do teste de progênie, recebi a ótima ideia de comentar os touros já provados para avaliarmos a evolução dos animais e aos grandes reprodutores que fizeram do Gir a importante raça dos dias de hoje. Avaliar reprodutores já provados torna-se mais difícil pelo simples fato de já haverem animais consagrados e muitos deles já constituírem famílias de sucesso, a principio quero colocar a avaliação de dois touros a cada 15 dias e expressar a minha opinião, contando também com a ajuda dos visitantes, experiências e conhecimento sobre os animais em questão. Nesta primeira post falaremos do Vale Ouro de Brasília e Fantoche de Brasília.
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Vale Ouro de Brasília foi sem duvida nenhuma um dos grandes pilares da seleção do sr. Rubens Perez, filho do Caxangá com a Halenia de Brasília, mãe também do Universo de Brasília. Vale Ouro produziu animais de ótimo desempenho leiteiro como o Cajú de Brasília, pai da grande Profana (tem Vale Ouro na linha alta e baixa) e do Modelo, o Rocar Lageado Vale Ouro, pai da matriz símbolo da seleção Silvânia, Efalc Nata Lageado, e o Jarro de Ouro da Calciolândia com a Senxém Raposo da Cal, isto só para citar alguns animais, mostrando assim todo o potencial deste grande raçador, já que teve filhos importantes nas grandes seleções da raça. Vale Ouro de Brasília era um touro de estatura de mediana para baixa, este é um fator importante na hora de usar alguns de seus descendentes, na sua grande maioria é uma família com animais menores, Vale Ouro tinha um temperamento um pouco mais arredio, mas através da seleção e de ótimos acasalamentos esta característica não se faz tão presente, suas filhas e família primam por um ótimo sistema mamário, a família do Cajú é a prova viva disto. Se avaliarmos o animal pelas fotos que temos hoje em dia, em minha opinião, o Vale Ouro de Brasília era um animal de boa profundidade, bom comprimento, garupa muito boa, linha de dorso levemente selada, bom cupim, saída de chifres na linha dos olhos, chifres chatos e finos, porém virados para cima, umbigo bom, bons aprumos, orelhas poderiam ser um pouco maiores e mais gavionadas, o pescoço é de tamanho regular e um detalhe importante e que muitas vezes é deixada de lado principalmente pelos sumários e catálogos, parece que tinha ótima circunferência escrotal, medida ligada à reprodução de seus filhos. Eu particularmente gosto bastante dos descendentes do Vale Ouro de Brasília, acho que se bem acasalados para acertar alguns problemas de caracterização podem produzir animais leiteiros, de porte médio, boa profundidade e ótimo sistema mamário.
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Fantoche de Brasília foi um importante touro da seleção Brasília e que deixou poucos descendentes no Brasil já que foi vendido para a Colômbia em idade reprodutiva e por lá teve sucesso. Fantoche era filho da Salada de Brasília com o Udo de Brasília, sendo assim é irmão paterno do Impressor e Fabuloso, pedigree muito leiteiro, funcional, porém de temperamento mais bravio, o Udo de Brasília era um touro mais arisco e passou isto aos seus descendentes. Fantoche de Brasília deixou poucos filhos por aqui, entre eles o Cowboy de Brasília e Assirio de Brasília, ambos com a Profana, o Bonzo de Brasília e o Devon Kubera, apresenta PTA muito boa de mais de 295 no sumário da Embrapa/ABCGil e de mais de 485 no da Unesp/ABCZ, mostrando todo o potencial leiteiro desta família. Sobre o touro em si, em minha opinião, Fantoche de Brasília era um touro de boa profundidade, poderia ser mais comprido, pernas um pouco retas, boa linha de dorso, escorre um pouco de garupa, cupim de bom tamanho e bem inserido, boa circunferência escrotal, umbigo levemente comprido, pescoço poderia ser um pouco mais comprido, saída de chifres alta com chifres redondos e grossos, orelhas de bom tamanho, mas pouco gavionadas e cabeça masculina e com uma leve goteira. Fantoche de Brasília deixou pouca genética no Brasil, mas certamente uma família que agrega muito leite e sistema mamário ao rebanho, sabendo acasalar para evitar animais mais bravios e com melhor caracterização certamente é uma ótima opção para o Gir moderno.
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Vale Ouro de Brasília foi sem duvida nenhuma um dos grandes pilares da seleção do sr. Rubens Perez, filho do Caxangá com a Halenia de Brasília, mãe também do Universo de Brasília. Vale Ouro produziu animais de ótimo desempenho leiteiro como o Cajú de Brasília, pai da grande Profana (tem Vale Ouro na linha alta e baixa) e do Modelo, o Rocar Lageado Vale Ouro, pai da matriz símbolo da seleção Silvânia, Efalc Nata Lageado, e o Jarro de Ouro da Calciolândia com a Senxém Raposo da Cal, isto só para citar alguns animais, mostrando assim todo o potencial deste grande raçador, já que teve filhos importantes nas grandes seleções da raça. Vale Ouro de Brasília era um touro de estatura de mediana para baixa, este é um fator importante na hora de usar alguns de seus descendentes, na sua grande maioria é uma família com animais menores, Vale Ouro tinha um temperamento um pouco mais arredio, mas através da seleção e de ótimos acasalamentos esta característica não se faz tão presente, suas filhas e família primam por um ótimo sistema mamário, a família do Cajú é a prova viva disto. Se avaliarmos o animal pelas fotos que temos hoje em dia, em minha opinião, o Vale Ouro de Brasília era um animal de boa profundidade, bom comprimento, garupa muito boa, linha de dorso levemente selada, bom cupim, saída de chifres na linha dos olhos, chifres chatos e finos, porém virados para cima, umbigo bom, bons aprumos, orelhas poderiam ser um pouco maiores e mais gavionadas, o pescoço é de tamanho regular e um detalhe importante e que muitas vezes é deixada de lado principalmente pelos sumários e catálogos, parece que tinha ótima circunferência escrotal, medida ligada à reprodução de seus filhos. Eu particularmente gosto bastante dos descendentes do Vale Ouro de Brasília, acho que se bem acasalados para acertar alguns problemas de caracterização podem produzir animais leiteiros, de porte médio, boa profundidade e ótimo sistema mamário.
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Fantoche de Brasília foi um importante touro da seleção Brasília e que deixou poucos descendentes no Brasil já que foi vendido para a Colômbia em idade reprodutiva e por lá teve sucesso. Fantoche era filho da Salada de Brasília com o Udo de Brasília, sendo assim é irmão paterno do Impressor e Fabuloso, pedigree muito leiteiro, funcional, porém de temperamento mais bravio, o Udo de Brasília era um touro mais arisco e passou isto aos seus descendentes. Fantoche de Brasília deixou poucos filhos por aqui, entre eles o Cowboy de Brasília e Assirio de Brasília, ambos com a Profana, o Bonzo de Brasília e o Devon Kubera, apresenta PTA muito boa de mais de 295 no sumário da Embrapa/ABCGil e de mais de 485 no da Unesp/ABCZ, mostrando todo o potencial leiteiro desta família. Sobre o touro em si, em minha opinião, Fantoche de Brasília era um touro de boa profundidade, poderia ser mais comprido, pernas um pouco retas, boa linha de dorso, escorre um pouco de garupa, cupim de bom tamanho e bem inserido, boa circunferência escrotal, umbigo levemente comprido, pescoço poderia ser um pouco mais comprido, saída de chifres alta com chifres redondos e grossos, orelhas de bom tamanho, mas pouco gavionadas e cabeça masculina e com uma leve goteira. Fantoche de Brasília deixou pouca genética no Brasil, mas certamente uma família que agrega muito leite e sistema mamário ao rebanho, sabendo acasalar para evitar animais mais bravios e com melhor caracterização certamente é uma ótima opção para o Gir moderno.
segunda-feira, 30 de maio de 2011
Brucelose - A Vacina das Bezerras
Neste pequeno artigo irei escrever sobre a brucelose, doença presente em todo o território nacional causada pela Brucella abortus, é também uma importante zoonose mundial, principalmente entre os países em desenvolvimento onde a sua incidência é muito maior. Nos bovinos a brucelose é uma das principais causas de aborto tardio, sendo assim o impacto econômico é muito grande e causas muitas perdas aos países.
- A brucelose é causada pela bactéria gram negativa Brucella abortus e a transmissão se dá através da ingestão, penetração pela pele e conjuntivas intactas e através do equipamento de ordenha, sendo que o animal infectado libera a bactéria ao meio ambiente principalmente na hora do parto, onde grande quantidade de microorganismos são eliminados junto com a placenta e o feto, podem também ser liberados através da urina e fezes, porém em menor quantidade. Após estar no solo, a bactéria pode sobreviver até 100 dias, porém são sensíveis ao uso de desinfetantes comuns. O bezerro que nasce de uma vaca contaminada na sua maioria são sorologicamente positivos até quatro a seis meses de vida devido aos anticorpos presentes no colostro, e mais tarde se tornam sorologicamente negativos, porém uma pequena parte pode permanecer com uma infecção latente e podem vir a eliminar a bactéria no futuro, sendo assim animais nascidos de vacas infectadas também devem ser retirados do rebanho. Touros a campo normalmente não são transmissores da doença, mas ela se torna possível e em maior grau caso seja utilizado um sêmen de um animal infectado. As vacas adultas e prenhes são mais suscetíveis do que animais sexualmente imaturos.
- Alguns fatores de risco são importantes para evitar a disseminação da brucelose em um rebanho, dentre eles estão:
* tamanho das instalações: o que evita contado muito próximo de animais sadios com os infectados
* número de vacas que abortaram: brucelose é sempre uma das principais causas de aborto e não se deve excluir a doença de um possível aborto;avaliar se o número de casos de abortos for acima do normal
* investimento no rebanho: brucelose esta disseminada em todo território nacional, mas afeta mais os rebanhos onde o investimento é mais baixo, já que muitas vezes as fêmeas jovens não são vacinadas
* eliminação do animal positivo: quanto mais tempo a fonte de infecção permanecer no rebanho, maiores serão as chances da doença disseminar em um maior número de animais
* vacinação de fêmeas jovens: a partir de 2002 a vacinação é obrigatória em fêmeas entre 3 e 8 meses de idade e deve ser feita por um veterinário cadastrado. A vacina usada é com a cepa B 19.
- Importante salientar que a Brucella abortus é um parasita intracelular facultativo, isso é, a bactéria parasita o interior das celulas, no caso da B. abortus ela tem predileção pelos fagócitos, sendo assim não existe cura, já que o microorganismo quando atacado se “esconde” no interior de células do animal infectado.
- Existe a vacina com a cepa RB 51 da Intervet Schering-Plough® e pode ser aplicada em fêmeas adultas, porém não substitui a vacina em fêmeas jovens e deve ser usado como preventivo em fazendas onde a incidência da doença é alta.
- O exame para determinar que um animal a presença da doença em um animal é realizada como triagem através do teste do Rosa Bengala, que testa a presença de resposta imune no soro do animal e a confirmação pode ser feita através do teste de Elisa.
Brucelose é uma doença que causa diversos prejuízos ao país devido a sua disseminação e aos danos ao rebanho, outro aspecto importante é a possibilidade de infectar outros animais e os seres humanos, sendo assim é uma zoonose que merece toda a atenção e cuidado com o rebanho.
Foto: Prof. Renato Lima Santos (EV/UFMG), publicado na íntegra na edição 19 da Revista Leite Integral (www.milkpoint.com.br)
- A brucelose é causada pela bactéria gram negativa Brucella abortus e a transmissão se dá através da ingestão, penetração pela pele e conjuntivas intactas e através do equipamento de ordenha, sendo que o animal infectado libera a bactéria ao meio ambiente principalmente na hora do parto, onde grande quantidade de microorganismos são eliminados junto com a placenta e o feto, podem também ser liberados através da urina e fezes, porém em menor quantidade. Após estar no solo, a bactéria pode sobreviver até 100 dias, porém são sensíveis ao uso de desinfetantes comuns. O bezerro que nasce de uma vaca contaminada na sua maioria são sorologicamente positivos até quatro a seis meses de vida devido aos anticorpos presentes no colostro, e mais tarde se tornam sorologicamente negativos, porém uma pequena parte pode permanecer com uma infecção latente e podem vir a eliminar a bactéria no futuro, sendo assim animais nascidos de vacas infectadas também devem ser retirados do rebanho. Touros a campo normalmente não são transmissores da doença, mas ela se torna possível e em maior grau caso seja utilizado um sêmen de um animal infectado. As vacas adultas e prenhes são mais suscetíveis do que animais sexualmente imaturos.
- Alguns fatores de risco são importantes para evitar a disseminação da brucelose em um rebanho, dentre eles estão:
* tamanho das instalações: o que evita contado muito próximo de animais sadios com os infectados
* número de vacas que abortaram: brucelose é sempre uma das principais causas de aborto e não se deve excluir a doença de um possível aborto;avaliar se o número de casos de abortos for acima do normal
* investimento no rebanho: brucelose esta disseminada em todo território nacional, mas afeta mais os rebanhos onde o investimento é mais baixo, já que muitas vezes as fêmeas jovens não são vacinadas
* eliminação do animal positivo: quanto mais tempo a fonte de infecção permanecer no rebanho, maiores serão as chances da doença disseminar em um maior número de animais
* vacinação de fêmeas jovens: a partir de 2002 a vacinação é obrigatória em fêmeas entre 3 e 8 meses de idade e deve ser feita por um veterinário cadastrado. A vacina usada é com a cepa B 19.
- Importante salientar que a Brucella abortus é um parasita intracelular facultativo, isso é, a bactéria parasita o interior das celulas, no caso da B. abortus ela tem predileção pelos fagócitos, sendo assim não existe cura, já que o microorganismo quando atacado se “esconde” no interior de células do animal infectado.
- Existe a vacina com a cepa RB 51 da Intervet Schering-Plough® e pode ser aplicada em fêmeas adultas, porém não substitui a vacina em fêmeas jovens e deve ser usado como preventivo em fazendas onde a incidência da doença é alta.
- O exame para determinar que um animal a presença da doença em um animal é realizada como triagem através do teste do Rosa Bengala, que testa a presença de resposta imune no soro do animal e a confirmação pode ser feita através do teste de Elisa.
Brucelose é uma doença que causa diversos prejuízos ao país devido a sua disseminação e aos danos ao rebanho, outro aspecto importante é a possibilidade de infectar outros animais e os seres humanos, sendo assim é uma zoonose que merece toda a atenção e cuidado com o rebanho.
Foto: Prof. Renato Lima Santos (EV/UFMG), publicado na íntegra na edição 19 da Revista Leite Integral (www.milkpoint.com.br)
terça-feira, 24 de maio de 2011
Hora de Vermifugar o Rebanho
Nesta época na grande parte do país se inicia a seca, ótima hora para vermifugar o rebanho principalmente os animais mais jovens que são os mais susceptíveis, vale lembrar que o desafio para os animais durante a seca é maior que nas águas, neste período as larvas dos principais vermes gastrointestinais vão para a ponta do capim para aumentarem as chances de serem ingeridos pelos animais, isto ocorre, pois no pasto as agressões do meio são mais severas devido a pouca umidade relativa do ar e temperaturas mais baixas. Verminoses causam perda de desempenho dos bovinos, emagrecimento e algumas vezes até morte, porém o tratamento deve ser focado na prevenção, sendo um método fácil e barato diante dos ganhos apresentados, neste sentido o mais adequado é a realização de um controle estratégico nestes meses críticos, uma das boas maneiras de controlar as verminoses é vermifugar os animais no inicio, meio e fim da seca, portanto nos meses de Maio (em alguns estados junto com a vacina de aftosa dos animais com menos de 2 anos), em Julho e em Setembro, alguns criadores optam por jogar a última dose em Novembro juntamente com a vacina de aftosa de todos os animais, pode facilitar o manejo, mas precisa ver se a carga parasitária não será excessiva para animais já debilitados pela perda nutricional das pastagens e pela baixa proteção dos vermífugos.
Um aspecto importante na utilização de anti-helmínticos é o uso racional das drogas para evitar desperdício, perda de dinheiro e resistência por parte dos parasitas, uma boa estratégia é usar uma lactona macrociclica (abamectina, ivermectina, doramectina ou monexidina) em Maio, um benzimidazol (albendazole ou levamisol) em Julho e outra lactona macrociclica em Setembro, de preferencia não usar o mesmo principio ativo em Maio e em Setembro para ter uma maior eficácia do vermífugo e diminuir a chance de resistência. Estas drogas apresentam características distintas e merecem alguns cuidados no uso das mesmas. A Abamectina não pode ser aplicada em animais com menos de 6 meses, pois ela atravessa a barreira hemato-encefálica e aumenta a chance de intoxicação dos animais jovens. O Levamisol causa uma excitação nos animais logo após a sua aplicação, sendo comum animais saírem pulando do brete, necessita um cuidado maior para não machucar nenhuma cabeça. A Moxidectina tem baixa eficácia contra ectoparasitas, mesmo sendo um excelente endoparasitário, portanto não espere eliminar carrapatos ou bernes com este excelente fármaco. Atenção para descarte do leite e período de carência para o consumo da carne, assim evita prejuízos na hora de vender os produtos animais, por exemplo, o leite recusado pelo laticínio.
Nestas épocas de frio, seca na grande parte do Brasil, todos os animais devem ser vermifugados, estejam eles sadios e em bom estado, ou magros e com pelos arrepiados, pois mesmo os de aparência saudável podem estar infectados com endoparasitas e serem uma fonte de infecção para os pastos e o rebanho, já que muitos ovos são liberados juntamente com as fezes, portanto de nada adianta aplicar vermífugos em animais doentes se outros animais contribuem para a alta infestação das pastagens. Enfim, é hora de vermifugar o gado, escolham laboratórios idôneos, produtos de boa qualidade e façam um bom manejo sanitário para atravessar este período critico da pecuária com animais sadios e sem gastar em excesso. A prevenção é o método mais barato e eficiente neste caso.
Foto: Milkpoint www.milkpoint.com.br
Um aspecto importante na utilização de anti-helmínticos é o uso racional das drogas para evitar desperdício, perda de dinheiro e resistência por parte dos parasitas, uma boa estratégia é usar uma lactona macrociclica (abamectina, ivermectina, doramectina ou monexidina) em Maio, um benzimidazol (albendazole ou levamisol) em Julho e outra lactona macrociclica em Setembro, de preferencia não usar o mesmo principio ativo em Maio e em Setembro para ter uma maior eficácia do vermífugo e diminuir a chance de resistência. Estas drogas apresentam características distintas e merecem alguns cuidados no uso das mesmas. A Abamectina não pode ser aplicada em animais com menos de 6 meses, pois ela atravessa a barreira hemato-encefálica e aumenta a chance de intoxicação dos animais jovens. O Levamisol causa uma excitação nos animais logo após a sua aplicação, sendo comum animais saírem pulando do brete, necessita um cuidado maior para não machucar nenhuma cabeça. A Moxidectina tem baixa eficácia contra ectoparasitas, mesmo sendo um excelente endoparasitário, portanto não espere eliminar carrapatos ou bernes com este excelente fármaco. Atenção para descarte do leite e período de carência para o consumo da carne, assim evita prejuízos na hora de vender os produtos animais, por exemplo, o leite recusado pelo laticínio.
Nestas épocas de frio, seca na grande parte do Brasil, todos os animais devem ser vermifugados, estejam eles sadios e em bom estado, ou magros e com pelos arrepiados, pois mesmo os de aparência saudável podem estar infectados com endoparasitas e serem uma fonte de infecção para os pastos e o rebanho, já que muitos ovos são liberados juntamente com as fezes, portanto de nada adianta aplicar vermífugos em animais doentes se outros animais contribuem para a alta infestação das pastagens. Enfim, é hora de vermifugar o gado, escolham laboratórios idôneos, produtos de boa qualidade e façam um bom manejo sanitário para atravessar este período critico da pecuária com animais sadios e sem gastar em excesso. A prevenção é o método mais barato e eficiente neste caso.
Foto: Milkpoint www.milkpoint.com.br
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